PENSAMENTO DO DIA
"A arte, meus amigos, não é um espelho do mundo, é sim, uma ferramenta para consertá-lo." (Vladimir Maiakovski)
REFLEXÃO
"Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata. (Drummond de Andrade)
31 de julho de 2009
DESCERRADO
Eu sonho na intemporalidade dos desejos
Suprimir todas as distâncias; em meus passos,
em teus passos, extinguir todas as dores...
Traçar um novo caminho que possa enternecer
meu coração hoje tíbio pelas intempéries de uma
vida sem entusiasmo.
Como me renovar dia-a-dia neste querer que
retido está em minha garganta, que escondido
está em meu caráter dantes ditoso?!
Eu abro os meus braços para ti, já que o meu
peito rasgado está, escancarado na tua esfera de
amplo poder, em teu carisma inaudito.
Assim contigo eu permaneço, eu sempre fico.
Não há como partir quando meus olhos vislumbram-te
e descerram-te para o meu espírito deliciado, tomado.
Sou humana criatura neste mundo vão...
Mas, meu sentimento plasmado, edificado, imanado
e contaminado de ti faz-me conhecer o paraíso.
Contudo, sou carne, sou osso, sou nervos e músculos
a correr na eternidade dos afetos, na infinidade do
teu globo. Eu quero o sincero, o franco, o aberto, o
teu sorriso mais bonito para te dizer tudo o que eu
contigo quero.
Eu sigo revelando minha fortaleza, todas as minhas
fraquezas, tudo o que vai no meu âmago conturbado...
Eu desvendo-me, eu descerro-te o meu simplório universo
para te dizer do amor que hoje cultivo em teu crédito.
CINTILAÇÃO
Eu quero decifrar o teu esfíngico sorriso...
Pois que a cismar fico quando me fitas em
afeto enigmático.
Na distância breve do teu olhar para o meu,
eu adentro teus abissais olhos negros, mas,
a minha alma colorida fica assim, embebida
e embevecida de ti.
Contudo, o meu coração sem mistérios, em alto
e claro alfabeto não te propõe insolúveis enigmas.
As minhas letras sem represas e apressadas
invadem tuas tenras gôndolas labiais em beijos
fartos de amor...
Eu impermista despudorada em desejos, tão
mistos de prazer e dor...
O meu franco fervor em tua pele noviça, em teu
cutâneo calor... Febril eu sou, viciada contumaz.
Quanto mais... pertinaz, tenaz, vivaz...
Teu inebriante hálito, toda esta aura luminosa em
nossos orbitais espíritos, teu olhar penetrante em sutil
apego a enlaçar-me ossos e músculos, alma e corpo.
O teu perfil sensato, empreendedor faz-me seguir
teus sinais místicos... e assim viajo nas mais altas
camadas do globo e pressinto a chama que emana
de dois corações faustos.
Eu fecho os olhos e entrevejo sortidas cores, também
luzes violetas, da cor das flores que sempre hei de te
ofertar por nossa cromática estrada...
Eu sinto a vida em ti de todas as formas, em halos de luz,
Assim vivo em ti, por ti...
E esta claridade que me persegue e me aclara a gema aflita,
eu sei, estará lá a nos esperar, no fim do túnel!...
ÁLACRE
Ah! Como te subtrair do meu peito
agitado, se tu és o seu ritmo e cançãoacelerados, movendo-me os músculos
e os pensamentos?!
Amanheço e anoiteço em teu horizonte
de primorosa beleza...
No teu jardim de sortidas cores eu caminho
por entre as tuas flores perfumadas, em meio
a fresca primavera a colorir meu rosto soturno.
Em meu contumaz desejo, quanto mais te
tenho, mais te quero, mais em ti perco-me;
Já que vencida em teus braços agiganto-me
eu sigo magnetizando-me em teu manto e
banho-me em tuas ondas energizantes de
puro afago.
O meu riso solto e espontâneo é o retrato da
felicidade que capto e apreendo ao teu lado,
pois que sou àquilo em que me transformo
quando estou contigo.
Meu amado... benquisto... Meu amigo, minha
aura expande-se clarificada quando o teu sopro
de vida adentra a minha alma e por teu amor é
purificada!...
ÁLULAS
Alo as palavras... é o meu jeito
de liberar convulsões interiores,
os meus velhos temores.
Não obstante, a chama que a tua letra
acende em mim, ilumina-me a
solidão da alma, arranca-me lavas
do coração, é pira mais que sagrada.
Penso... algumas coisas nesta estrada
deviam permanecer imaculadas... o amor,
a amizade. Contudo, a luta pela vida é
desigual, é dura, é árdua. Logo, eu sigo
por essas vias marginais, pois que sou
poetisa anilhada.
É o milagre em ação quando duas almas
se descobrem, é a divindade a dizer:
Vem comigo, eu existo e te sustento!
Minhas frases vêm a esmo, desarrumadas,
mas, são presentes que te entrego neste
prorromper de desassossego.
Eu não nego, tenho-te apreço e nada
te peço além de permaneceres comigo...
Como amigo... Como amigo! Amigo, como?
Não me importa o quanto tudo já está
explícito, já não me importo se me explico,
pois se não te digo... eu silencio...
E em não permanecendo no “senão”,
eu me complico, então, eu falo, até escrevo,
assim, eu me desvio dos atropelos derramando
verbos, conjugando todos os meus medos.
Estou farta dos não me toques cheio de dedos!...
Em meu caminho já tive freios, as bridas
de um contumaz desejo... apegos.
Deixarei de mas...
Hoje é patente, eu criei álulas, e, quanto
mais eu alto vôo, mais alto sonho!... mais espaço
acho para abrir as minhas atrofiadas asas.
ABSORVIDA
A seiva que absorvo do teu ser
alimenta-me, e sacia-me...
Então, sorrio, peço-te: sorrias...
Nesta vida podemos escolher
muitos caminhos; segui-los até
o fim é uma incógnita. Que seja
bela a teia que o destino nos
traçou, a nossa história.
No meu mundo tão pequenino
a ti vislumbro, tanto universo
que te habita...!
Proporcionas-me mais que mil
sóis, aqueces-me mais que os
verões que há em mim, mil
primaveras. Que sejam assim
nossas raízes, as nossas asas:
um sol que arderá abrasador.
Com você não sinto dor... só
busco “amor”, ardor, fervor.
E não me importo por quanto
tempo estará aberta a tua porta...
Tens-me agora... isto é doce...
E isto é forte... Eu vivo agora!
alimenta-me, e sacia-me...
Então, sorrio, peço-te: sorrias...
Nesta vida podemos escolher
muitos caminhos; segui-los até
o fim é uma incógnita. Que seja
bela a teia que o destino nos
traçou, a nossa história.
No meu mundo tão pequenino
a ti vislumbro, tanto universo
que te habita...!
Proporcionas-me mais que mil
sóis, aqueces-me mais que os
verões que há em mim, mil
primaveras. Que sejam assim
nossas raízes, as nossas asas:
um sol que arderá abrasador.
Com você não sinto dor... só
busco “amor”, ardor, fervor.
E não me importo por quanto
tempo estará aberta a tua porta...
Tens-me agora... isto é doce...
E isto é forte... Eu vivo agora!
27 de julho de 2009
REDIVIVO
Teus lábios caprichosos
tocaram singularmente minha
alma semi-ânime.
Porque não volver ao teu
venturoso abraço?!
Circundo o tempo sem demora,
ao teu encontro não mais vai o
meu coração lesto, posto que
ele já está contigo...
O meu beijo pressuroso,
o teu amante, amigo, bonançoso,
remexe com minhas quimeras,
com minha retórica de apaixonada
poetisa.
Não mais sei dimensionar o que por
ti cultivo, eu elementarmente, vivo-te!
Diviso o pretérito, meus ulteriores
quereres, e, nesta lacuna que se fez
em meu destino, teus olhos, teus gestos
em labirinto intrinsecamente em mim
traçado, fixado, instituído.
Estou em ti, estás em mim...
Simbioticamente em androginia de um
mundo redivivo.
ILUSÃO ?
(Poema de Carol Luik)
E enquanto mais remoto você está,
Mais os meus sonhos ficam amontoados,
Sem que ninguém os execute,
E essa amplitude é tão desconfortável,
Mas hoje eu preciso me conduzir só,
Vai ser melhor pra mim,
E quando eu penso que você está próximo,
Você torna-se cada vez mais remoto,
Sem que eu possa te alcançar,
Mas nós crescemos, e aprendemos,
Que se nós não nos esforçarmos pelos nossos sonhos eles nunca serão realizados,
E os sonhos são o princípio de tudo,
Os sonhos são aspirações que quando dominados,
Faz-nos lícitos e rematados, o que nos conclui por inteiro.
E enquanto mais remoto você está,
Mais os meus sonhos ficam amontoados,
Sem que ninguém os execute,
E essa amplitude é tão desconfortável,
Mas hoje eu preciso me conduzir só,
Vai ser melhor pra mim,
E quando eu penso que você está próximo,
Você torna-se cada vez mais remoto,
Sem que eu possa te alcançar,
Mas nós crescemos, e aprendemos,
Que se nós não nos esforçarmos pelos nossos sonhos eles nunca serão realizados,
E os sonhos são o princípio de tudo,
Os sonhos são aspirações que quando dominados,
Faz-nos lícitos e rematados, o que nos conclui por inteiro.
DIATÔNICO
A luz que brilha lá fora é fulgor em
meu coração!...
Os caminhos que se abrem à minha
frente são de bela cor, e de cor eu sei
tua música suave.
O meu tom, os teus tons, orquestram
letras festivas, letras tristes em árias
de dias extensos.
Sem ti todas as cifras estarão mortas,
adormecidas no desassossego do não
te viver, portanto, vivo-te intensamente,
como cântico que reverbera no infinito.
Os clarins do amor transpuseram todas
as portas e janelas e tomaram de assalto
todos os sentidos que já se fazem há muito
ressentidos.
O tempo pára quando capto o teu momento,
flashes de júbilo e aprendizado tecem-me
percepções ambíguas, posto que há misto
de dor e alegria.
Mas o mundo traça a sua marcha incontinente
e o viver se faz necessário e presente, a ordem
é prosseguir. Assim viajo em teus signos e sinais
porque não há caminho de volta quando tudo
está adiante e mais além.
Aqui, dó, lá, ré, e se algum dia existiu um dó,
agora existe um sol!...
meu coração!...
Os caminhos que se abrem à minha
frente são de bela cor, e de cor eu sei
tua música suave.
O meu tom, os teus tons, orquestram
letras festivas, letras tristes em árias
de dias extensos.
Sem ti todas as cifras estarão mortas,
adormecidas no desassossego do não
te viver, portanto, vivo-te intensamente,
como cântico que reverbera no infinito.
Os clarins do amor transpuseram todas
as portas e janelas e tomaram de assalto
todos os sentidos que já se fazem há muito
ressentidos.
O tempo pára quando capto o teu momento,
flashes de júbilo e aprendizado tecem-me
percepções ambíguas, posto que há misto
de dor e alegria.
Mas o mundo traça a sua marcha incontinente
e o viver se faz necessário e presente, a ordem
é prosseguir. Assim viajo em teus signos e sinais
porque não há caminho de volta quando tudo
está adiante e mais além.
Aqui, dó, lá, ré, e se algum dia existiu um dó,
agora existe um sol!...
BLUES (Cacau Loureiro)
Quando o sol quando emerge na linha do
horizonte , fogueira a aquecer minha essência
sombreada de ausências , mas , tu sempre a luzir
em meu caminho preenchido de ti, por ti, faz-me
reacender todas as belas esperanças .
E neste preluzir de sortidas cores , sentimentos
tantos, eu sigo por tua estrada de clarões , de
estrelas diurnas luzentes; só assim eu professo a
excelência desse Amor ...
Profícuas são tuas mãos suaves , teus beijos doces ,
momentos inefáveis no infinito dos meus dons ,
pois que são alimento , singular maná para o meu
espírito ávido .
Absorvo em humana síntese orgânica os teus afetos
supremos ... porque a luz que promana dos teus olhos
é farol , é fanal, é guia fomentando meus sonhos .
Deixo-me ao azul , descanso em tuas paragens onde
amanheço e anoitece em corpo , em espírito ... ouço
ternas canções que me preenchem a alma em comoção ...
Abandono-me onde me acho em inspirações ...
em ti... Acalento-me em teus braços entre beijos,
blues e poesia !...
CÂNTICO
um salmo de pacificação e harmonia.
A tua amena e branda figura motiva-me
às mais belas inspirações.
Nos meus domínios poéticos és mais do
que arte versificada, és espírito tenaz
vivendo em minha efusiva exultação.
Em minha língua, és rara e doce fruta de
árvore fértil. Em minha existência sabor
peculiar e inarrável de suprassumo de afeto.
Aquieta-me, pois, o cerne do ser com teu
néctar anódino.
Com teus gestos supra sensíveis aplaca-me
a fome de afeição.
Meus dias e noites resumem-se aprendizado...
Como dar vazão ao meu peito farto e agora
falto de ti em paradoxo de euforia gritante?!
O âmbito das palavras tornou-se diminuto
para tanto querer!...
Guia-me por tuas vias tranquilas de ternura,
por tua mansuetude e brandura, leva-me ao
teu aconchego caloroso.
Meu coração por ti entoa um novo cântico...
Um salmo de amor e de esperança!...
ALUANDA
Noite de muitas estrelas!...
A lua anda no céu, argentada,
dardejante trazendo ao meu
espírito nômade, quietude.
O imensurável sideral rasa de
inspiração a minha alma cálida,
volitiva, ousada.
Vento austral, Via Láctea,
longo é o caminho para seguir...
Seja assim.
Ouço música suave, desce sobre
mim romanesco véu, há cheiro
de flor, de vinho e jasmim.
Em meu foco um só som,
uma só rima, uma só voz,
um só verso... uma só canção
em nosso jardim.
Meus negros buracos de afeto
onde avistas minha interior vastidão,
são abismos onde resguardo o meu
renitente coração.
Viajo em tua singular constelação...
há frio, calor, comoção... Em meu
universo tu és lúmen, cintilação.
Eu sonho então... cevar a minha
boca em tua água farta.
Éden, sol, paraíso, aurora boreal...
no meu céu também a lua anda...
Em teus lábios de mel, querentes de
ternura, eu desejo alcançar aluanda.
dardejante trazendo ao meu
espírito nômade, quietude.
O imensurável sideral rasa de
inspiração a minha alma cálida,
volitiva, ousada.
Vento austral, Via Láctea,
longo é o caminho para seguir...
Seja assim.
Ouço música suave, desce sobre
mim romanesco véu, há cheiro
de flor, de vinho e jasmim.
Em meu foco um só som,
uma só rima, uma só voz,
um só verso... uma só canção
em nosso jardim.
Meus negros buracos de afeto
onde avistas minha interior vastidão,
são abismos onde resguardo o meu
renitente coração.
Viajo em tua singular constelação...
há frio, calor, comoção... Em meu
universo tu és lúmen, cintilação.
Eu sonho então... cevar a minha
boca em tua água farta.
Éden, sol, paraíso, aurora boreal...
no meu céu também a lua anda...
Em teus lábios de mel, querentes de
ternura, eu desejo alcançar aluanda.
21 de julho de 2009
O POETA BEIJA TUDO
O poeta beija tudo, graças a Deus...
E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...
E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...
E diz assim: "É preciso saber olhar..."
E pode ser, em qualquer idade, ingênuo
como as crianças, entusiasta como os
adolescentes e profundo como os homens feitos...
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar
uma flor que está por detrás...
E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha...
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta,
uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu,
um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um
bocadinho de sol depois de um dia chuvoso...
E acha que tudo é importante...
E pega no braço dos homens que estavam tristes e
vai passear com eles para o jardim...
E reparou que os homens estavam tristes...
E escreveu uns versos que começam desta maneira:
"O segredo é amar..."
(Sebastião da Gama)
E pode ser, em qualquer idade, ingênuo
como as crianças, entusiasta como os
adolescentes e profundo como os homens feitos...
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar
uma flor que está por detrás...
E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha...
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta,
uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu,
um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um
bocadinho de sol depois de um dia chuvoso...
E acha que tudo é importante...
E pega no braço dos homens que estavam tristes e
vai passear com eles para o jardim...
E reparou que os homens estavam tristes...
E escreveu uns versos que começam desta maneira:
"O segredo é amar..."
(Sebastião da Gama)
17 de julho de 2009
VASTO
Quando a minha rota abriu-se para a tua,
e eu não sei onde, nem como, nem quando,
o que sei é que se abriu nova paisagem...
Na miragem que se fez em minha vida eu
bebi a água límpida de teu oásis de afeto,
brumas dissiparam-se em meus desertos
frios, em minha alma só.
E o meu interior ainda sequioso sobrevive
deste terno afã... tocar teu corpo, tocar
teu rosto, morrer de sede em teus lábios...
Itinerante, nômade de muitos rumos de
tantas estradas eu viajo em teu espírito
alado, esvoaçante.
Pulo dos mais altos montes, montanhas
desenhadas em azuis-turquesas, avisto
campos de verde-musgo com cheiro de
acácias, plano em tua cútis de rara beleza.
Mar aberto beijando meus lábios doridos
insurretos... dormentes... quero seguir tua
sinuosa trilha como sigo pelo cais das encantadas
viagens além-mar; lá no horizonte onde se perdem
as estrelas quero dormir-te de ponta a ponta,
luzente de prazer deixar-me por ti desvanecer...
Quero-te areia que se espraia pela praia dos meus
sonhos, suave brisa no entardecer dos meus atalhos,
luz morena a descansar meus olhos perdidos,
extasiados em teus labelos mornos.
Abro o peito, a alma, os sentidos para absorver
tua etéria e eterna luz... O teu sol refulgente
deslumbrou minha alma triste, agora só uma caminho
ilumina-se a minha frente, o teu coração vasto!...
VIAJO-TE
Gravo-te em minhas retinas como as
folhas gravam o vento nas colinas...
Refrescante é tocar tua pele, fitar teus
olhos... Beijar-te a boca em sinfonia de
paz, em misterioso percurso de amor!...
Como não abrir meu peito ao terral
que para além alcança muitos mares?
No meu imenso oceano tu és coral de
muitas cores... curso de muitas estrelas...
luz de mar a mar!...
E eu, quero decodificar as tuas rotas,
tuas vivas letras que reavivam as minhas
quase mortas.
No meu ignorado continente eu busco
o fanal que possa guiar-me aos teus
confins sobre-humanos onde eu possa
reverenciar os teus agrados.
Por entre meus dedos, por entre meus
poros sentir-te, em teu hálito insuflar-me,
em tuas mãos perder-me, eu teu encanto
encontrar-me.
Viajo-te em sinuosidades etéreas na
infinidade de horas/saudade.
Sob a minha pena eu quero viajar-te, entre
as minhas velas, velejar-te... nas minhas
abundantes águas, banhar-te...
Ficar ao sol... Fitar o céu...
E em teu manso horizonte revelar-te!...
VESPERTINA
Eu pinto em aquarela o teu sorriso.
Tu, arco-íris a enfeitar a vésper queme guia.
Tuas cores em mim em frescor, em
leveza, em delicadeza, feito tatuagem
de emoção a remontar meus dias.
Eu colho no meu agora ornado céu
a estrela mais brilhante para te dar...
O meu amor!...
O teu astro a cintilar em meu caminho de
pedras é perene facho, é rosa-dos-ventos
a mostrar-me uma nova direção.
Em tuas mãos sempre amenas eu sou fera,eu anjo sou, singela e humana têmpera em
comoção.
O que de mais caro eu tenho eu já te dei,
as minhas verdades, meus sentimentos,
tudo o que ora sou.
Quero em tua rota ser feixe de luz a luzir
em tua alma rara e radiante, tecer um
arco-celeste por sobre a tua estrada mestra,
mostrar-te que para além de todo desafio
existe um novo horizonte.
14 de julho de 2009
REFULGIR (Cacau Loureiro)
Pensamentos criam asas...
Vão ao longe, aos confins de mim,
aos confins de ti, a cruzarem fronteiras,
a sobrevoarem encostas, escarpas...
Na imensidão que adentra o meu peito,
as estrelas são letras a rimarem seu nome;
as nuvens são bálsamos aliviando-me a
ferida da saudade...
Quantas horas/voo terei que cumular para
tocar-te o coração atento, irresoluto?
Minhas duplas álulas não fazem dúbios
meus objetivos.
À frente a imensa relva que me alumbra,
verde esperança que meu amor espalha
ante os céus...
Vicejante é o que tenho por ti!...
Em contumaz desejo, em vigorosa ternura
eu cultuo a tua singela beleza, pois que só
esta graciosidade é sua.
Somente este ascender não me apraz...
Careço viajar milhas e milhas para explorar
o teu mundo imponente e imensurável,
porquanto a simplicidade é a matéria mais
complexa desta sua esfera que hora adentro.
Em êxtase desbravo as tuas plagas porque
te sei manancial de paz.
Quero permanecer em pleno voo...
Sonhar todas as possibilidades, descortinar
todas as perspectivas reais e irreais da sua
alma singular e clara.
Vislumbrar as linhas do horizonte a perderem-se
na noite... Despontar em tua alvorada...
Contigo refulgir...
13 de julho de 2009
CANTAREI O AMOR
(Poema de JG de Araújo Jorge)
"Acima de tudo cantarei o amor
O de Cristo e Confúcio, o de Romeu e D. Juan,
acima de tudo cantarei o amor.
Em todos os momentos, lascivos ou gloriosos,
mansos ou eróticos, unindo dois ou arrastando milhões,
nascido da ternura ou da revolta,
procriando seres ou idéias,
acima de tudo cantarei o amor.
O amor-cimento e força -
que constrói e ilumina que convoca e conquista,
bola de neve do Bem inevitável
acima de tudo cantarei o amor.
E o tirarei do coração
como a hóstia do cálice ou o sol, da manhã,
ou a espada, da bainha,
fulcro para a alavanca do meu verso
mover o mundo - acima de tudo cantarei o amor."
"Acima de tudo cantarei o amor
O de Cristo e Confúcio, o de Romeu e D. Juan,
acima de tudo cantarei o amor.
Em todos os momentos, lascivos ou gloriosos,
mansos ou eróticos, unindo dois ou arrastando milhões,
nascido da ternura ou da revolta,
procriando seres ou idéias,
acima de tudo cantarei o amor.
O amor-cimento e força -
que constrói e ilumina que convoca e conquista,
bola de neve do Bem inevitável
acima de tudo cantarei o amor.
E o tirarei do coração
como a hóstia do cálice ou o sol, da manhã,
ou a espada, da bainha,
fulcro para a alavanca do meu verso
mover o mundo - acima de tudo cantarei o amor."
CANTATA (Cacau Loureiro)
Acordo todos os meus sons nos
acordes do teu corpo...A tua música é paliativo para este
meu coração dissonante.
Em teus olhos todas as canções que
a minha lira canta... O teu amor...
Minha esperança...
Quando te beijo e fecho os olhos,
a tua escala harmônica a reverberar em
minha escala acidentada, todas as tuas
cifras em meus poros, todas as notas
em teus lábios a compor-me em teu
silêncio. Leva-me, pois, com teus ritmos
quentes, com tua dança encantada.
Rouba-me a fala com teu canto de
misterioso tenor ternário; envolva-me
com a vibração do teu pranto e eu te darei
a canção de mil amores. Porque quero
adocicar teus dias com a minha melodia
predileta, dedilhada em rara harpa.
Sejas a toante dos meus dias, a toada
de minhas horas esparsas, o tom maior
em minha vida descompassada...
Serenata em noite bela sob a minha
janela d’alma!...
ARCO-ÍRIS
A música que vem de ti e que me toca
é a mais bela que já ouvi... deveras sei.
Meu imo ritmado em teu ritmo gera-me
o sonho mais bonito que na vida já sonhei.
Neste mundo habitado por príncipes, sapos
e reis, o espírito fidalgo é o mais rico.
Pois que em teu coração criança, criança
eu fico...
Dá-me tuas mãos suaves, dá-me os teus
beijos lestos, sigamos por esta estrada
florida em vermelho vivo.
Dá-me teus intensos olhos fitos,
cintilantes gemas que me iluminam o
sentimento mais puro.
Eu quebro correntes, conceitos, preconceitos,
todos os muros para estar contigo.
Portanto, estarei ao lado teu nas sendas do
firmamento, nas frestas dos afetos, nas
fendas do infinito.
Com as cores do arco-íris pintarei de alegria
o meu e o teu caminho!...
ANELO
Para que dar negativas quando
Já tenho todas as respostas?!
Tua alma franca e generosa
tornou o meu ser cativo...
Se eu te digo ou te silencio, sabes
do prazer que é estar contigo.
Eu sonho de olhos abertos sob
o efeito do teu feitiço.
Meu coração bate em uníssono
com o relógio e ele não pára!...
Quatro paredes que me reprimem,
o próprio tempo que não passa,
são meus açoites.
Como então te descerrar a minha
vida de incógnitas?
Eu oscilo entre o tudo e o nada
nas ponderações do absurdo.
Meus lábios mudos, secos nos
estertores dos meus desejos...
Todos os apelos em minha pele,
em minhas mãos, em minha boca,
em meu ventre e em meus poros!
12 de julho de 2009
COISA AMAR
Contar-te longamente as perigosas coisas do mar.
Contar-te o amor ardente e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas maravilhas do verbo navegar. E mar.
Amar: as coisas perigosas.
Contar-te longamente que já foi num tempo doce coisa amar.
E mar.
Contar-te longamente como dói desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas."
(Manuel Alegre)
Contar-te o amor ardente e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.
Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas maravilhas do verbo navegar. E mar.
Amar: as coisas perigosas.
Contar-te longamente que já foi num tempo doce coisa amar.
E mar.
Contar-te longamente como dói desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas."
(Manuel Alegre)
10 de julho de 2009
FURTA-COR
Em lápis-lazúli eu delineio a tua
imagem, em meu caminho torto,
és um novo tom...
Rosa púrpura, bela, que resplende em
meu acelerado cor.
Aurora alvadia que principia em minha
vida vazia um novo som...
Nova forma a envolver meu solitário
mundo mudo, hoje incolor.
Nova aura a expandir em minha alma,
outrora ausente na fina dor.
Meus olhos baços imersos em noites
insones novamente acordam para a vida,
para o ser, para o querer multicor.
Linda miragem na árida planície que
são os meus sonhos, oásis de benesses
nas sendas do destino, agora indolor.
Desatino, desafio em proibido fruto
maturado em novo sabor... Saborosa
fruta embebida em éster... éter... álcali,
em paixão estupefaciente, furta-cor!...
imagem, em meu caminho torto,
és um novo tom...
Rosa púrpura, bela, que resplende em
meu acelerado cor.
Aurora alvadia que principia em minha
vida vazia um novo som...
Nova forma a envolver meu solitário
mundo mudo, hoje incolor.
Nova aura a expandir em minha alma,
outrora ausente na fina dor.
Meus olhos baços imersos em noites
insones novamente acordam para a vida,
para o ser, para o querer multicor.
Linda miragem na árida planície que
são os meus sonhos, oásis de benesses
nas sendas do destino, agora indolor.
Desatino, desafio em proibido fruto
maturado em novo sabor... Saborosa
fruta embebida em éster... éter... álcali,
em paixão estupefaciente, furta-cor!...
FLORADA
É azul o mundo que ora descortino em teu
semblante inenarrável!...
E nesta descoberta inefável eu quero o lápis-lazúli
do teu afeto a multicolorir meus dias em teus suaves
tons, e eu aspiro ainda que tuas cores matizem as minhas
auroras já envoltas nos devaneios mais álacres que
um ser humano poderia almejar.
E desejo contigo os sonhos todos, como criança à beira
de um córrego esperando o melhor curso para o
seu barquinho de papel seguir metafísica viagem.
"E quero que no rio de amanhã haja o mar de hoje ..."
Pois que abundantes são as águas que inundaram
minha alma de amor!...
Quero nuvens azuis sobre minha cabeça, quero
caminhos azuis por entre os meus passos, quero
rosas azuis em teu jardim mais que florido , porque
te sei fonte de paz.
Quero também a tríade carmim das paixões a permear
tão imenso azulíneo que é o teu céu sobre o meu
refulgindo em raios de sol transbordando de tuas mãos
benignas, dos teus lábios de seda, dos teus olhos fádicos.
Espero dia após dia tocar tuas pétalas velutinas e renascer
para a vida que há em mim, para a vida que há em ti...
Porque hoje, assim como ontem, eu ainda "vejo flores em você !..."
semblante inenarrável!...
E nesta descoberta inefável eu quero o lápis-lazúli
do teu afeto a multicolorir meus dias em teus suaves
tons, e eu aspiro ainda que tuas cores matizem as minhas
auroras já envoltas nos devaneios mais álacres que
um ser humano poderia almejar.
E desejo contigo os sonhos todos, como criança à beira
de um córrego esperando o melhor curso para o
seu barquinho de papel seguir metafísica viagem.
"E quero que no rio de amanhã haja o mar de hoje ..."
Pois que abundantes são as águas que inundaram
minha alma de amor!...
Quero nuvens azuis sobre minha cabeça, quero
caminhos azuis por entre os meus passos, quero
rosas azuis em teu jardim mais que florido , porque
te sei fonte de paz.
Quero também a tríade carmim das paixões a permear
tão imenso azulíneo que é o teu céu sobre o meu
refulgindo em raios de sol transbordando de tuas mãos
benignas, dos teus lábios de seda, dos teus olhos fádicos.
Espero dia após dia tocar tuas pétalas velutinas e renascer
para a vida que há em mim, para a vida que há em ti...
Porque hoje, assim como ontem, eu ainda "vejo flores em você !..."
YIN YANG
A partir de tua chegada o meu mundo
não tem mais sido o mesmo.
Pois tudo o que advém do teu espírito
neófito arranca-me todas as emoções,
dissipa-me todos os medos.
Acolher-te em meu universo restrito
e fechado é abrir-me ao clarão de um
novo globo colorido.
O teu sorriso que me move, corações
que batem em uníssono, a pulsão
contínua e profícua por estar contigo,
são contrapontos aos meus conceitos
obsoletos e antigos.
Quero conjugar o verbo amar em teu
amplexo virtuoso e libertário.
Minha boca outrora seca... agora tão
afável... Meus pensamentos por ti
possuídos, meus olhos, hoje, mais do
que nunca vívidos.
Tudo em ti me é abrigo!...
Teu ser para o meu ser transmuda-me
água e fogo, serpente e estrela, céu e
mar, yin-yang em teu binário cosmos.
não tem mais sido o mesmo.
Pois tudo o que advém do teu espírito
neófito arranca-me todas as emoções,
dissipa-me todos os medos.
Acolher-te em meu universo restrito
e fechado é abrir-me ao clarão de um
novo globo colorido.
O teu sorriso que me move, corações
que batem em uníssono, a pulsão
contínua e profícua por estar contigo,
são contrapontos aos meus conceitos
obsoletos e antigos.
Quero conjugar o verbo amar em teu
amplexo virtuoso e libertário.
Minha boca outrora seca... agora tão
afável... Meus pensamentos por ti
possuídos, meus olhos, hoje, mais do
que nunca vívidos.
Tudo em ti me é abrigo!...
Teu ser para o meu ser transmuda-me
água e fogo, serpente e estrela, céu e
mar, yin-yang em teu binário cosmos.
CONTIGO EU CHEGO A MIM
Quero contigo chegar a mim,
principiar o que não sou,
extinguir o que cansei de ser
e em ti conhecer-me.
Desvendar mistérios meus,
descobrir e revelar mais e
mais os teus, e sem acenos
de adeus, eu quero que
permaneças em mim.
Quero que mores em minhas
entranhas, sem lágrimas, sem
dores, sem segredos, sem
pudores...
Faça-me conhecer o mundo,
sem que eu me afaste de ti.
Bebas em mim a água mais
límpida dos rios menos tranqüilos
dos sonhos que eu teci.
Traga-me de volta o sorriso
de criança, minha mais doce
herança da vida que não vivi.
“Ah como pões dentro de mim,
a flor, a estrela, o vento, o sol,
a água, o sonho!...”
Ah, eu sei sim!
“Como contigo eu chego a mim!”
principiar o que não sou,
extinguir o que cansei de ser
e em ti conhecer-me.
Desvendar mistérios meus,
descobrir e revelar mais e
mais os teus, e sem acenos
de adeus, eu quero que
permaneças em mim.
Quero que mores em minhas
entranhas, sem lágrimas, sem
dores, sem segredos, sem
pudores...
Faça-me conhecer o mundo,
sem que eu me afaste de ti.
Bebas em mim a água mais
límpida dos rios menos tranqüilos
dos sonhos que eu teci.
Traga-me de volta o sorriso
de criança, minha mais doce
herança da vida que não vivi.
“Ah como pões dentro de mim,
a flor, a estrela, o vento, o sol,
a água, o sonho!...”
Ah, eu sei sim!
“Como contigo eu chego a mim!”
COMO TE PODEREI DIZER?
Queria dizer-te muitas coisas...
Coisas lindas, coisas belas...
Por hora estou na espera,
estou na espreita por hora.
Não te digo que sou musa,
que sou sereia, que sou fera.
Digo-te, apenas, que estou refeita.
Procuro em ti uma estreita brecha,
uma pequena fresta por onde eu
possa te invadir.
Deixar-me-à ir?...
Neste mundo sou vagante, não
nasci para retirante, mas sou
nômade de mim!
Os meus versos têm os sons
do meu próprio coração.
Portanto, dê-me tuas mãos, simples,
firmes, calejadas, finas, nobres,
sofisticadas, da tua arte toda unção.
Viajemos, pois, nesta emoção.
Sejamos luz, clarão, centelha, então,
até diria Bandeira:
“...paixão puríssima ou devassa...”
“...amor_chama, e, depois, fumaça.”
“Como te poderei dizer?...”
Coisas lindas, coisas belas...
Por hora estou na espera,
estou na espreita por hora.
Não te digo que sou musa,
que sou sereia, que sou fera.
Digo-te, apenas, que estou refeita.
Procuro em ti uma estreita brecha,
uma pequena fresta por onde eu
possa te invadir.
Deixar-me-à ir?...
Neste mundo sou vagante, não
nasci para retirante, mas sou
nômade de mim!
Os meus versos têm os sons
do meu próprio coração.
Portanto, dê-me tuas mãos, simples,
firmes, calejadas, finas, nobres,
sofisticadas, da tua arte toda unção.
Viajemos, pois, nesta emoção.
Sejamos luz, clarão, centelha, então,
até diria Bandeira:
“...paixão puríssima ou devassa...”
“...amor_chama, e, depois, fumaça.”
“Como te poderei dizer?...”
9 de julho de 2009
ENTRE ASPAS (Cacau Loureiro)
Queria chorar...
Deveria chorar todas as lágrimas,
todavia, não há no peito água suficiente
para me limpar a alma...
Há uma inquietante calma
atravessando-me o peito e a mente.
Na mudez de quem se desespera
não há continuidade,
tampouco, há a espera...
Revolvo as rimas, arrumo as letras,
removo as marcas, tudo, tudo,
entre dentes e parêntesis.
Eu, dolorosamente, lavo a cara.
Contudo as cicatrizes, permanentes...
A vida faz-se verso...
Em adormecidos amplexos,
em beijos repousados, em desejos reservados,
em reprimidos gritos, em conceitos repensados.
Mas, amor é amor... Sublime, crucificado...
Nos tempos primitivos, na mais moderna era,
No futuro ilegítimo.
Amor, silêncio e suplício...
Impulsos entre farpas, faíscas e muitas lascas.
Amor indomado, selvagem, irrefreado...
Amor para sempre!...
E sempre entre aspas.
Deveria chorar todas as lágrimas,
todavia, não há no peito água suficiente
para me limpar a alma...
Há uma inquietante calma
atravessando-me o peito e a mente.
Na mudez de quem se desespera
não há continuidade,
tampouco, há a espera...
Revolvo as rimas, arrumo as letras,
removo as marcas, tudo, tudo,
entre dentes e parêntesis.
Eu, dolorosamente, lavo a cara.
Contudo as cicatrizes, permanentes...
A vida faz-se verso...
Em adormecidos amplexos,
em beijos repousados, em desejos reservados,
em reprimidos gritos, em conceitos repensados.
Mas, amor é amor... Sublime, crucificado...
Nos tempos primitivos, na mais moderna era,
No futuro ilegítimo.
Amor, silêncio e suplício...
Impulsos entre farpas, faíscas e muitas lascas.
Amor indomado, selvagem, irrefreado...
Amor para sempre!...
E sempre entre aspas.
ANIMA
A paixão tem símbolos enigmáticos
que gravitam em torno do prazer...
Ser, dar, receber...
É como a esfinge que tem corpo e garras
de leoa, como quimera que é Harpia de si
mesma e tem cabeça de mulher...
É também pomba colorida pela poesia voando
no céu azulíneo do poeta sonhador...
A paixão possui aselhas, ceráceas asas que
almejam concreto crescimento interior.
É labirinto misterioso de sentimentos,
devaneios de Ícaro... voar para a libertação!...
É como borboleta livrando-se do casulo
para aprazível porvir... aurora boreal, por de sol,
ressurgimento para a vida que há de prover.
Paixão é impulso, pulsão, instinto voltando-se
eternamente para o cosmos em singular
exultação visceral, integral, completa.
Paixão é animus versus anima desejando o
bater constante das ondas na encosta.
É fera crudelíssima no imenso mar de amar...
Paixão é essência de brisa, vontade daquele
cheiro que nos vem de longe e já é peculiar...
Paixão é o gosto do que sequer foi delibado,
É o sutil sopro decifrando indelevelmente o
que deveria ser... e o que há de vir.
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