PENSAMENTO DO DIA

Prefiro andar pelos vales sombrios junto aos lobos, do que em campos floridos ao lado de falsos cordeiros. (Felipe Melliary)

REFLEXÃO

"Não é preciso ter muita coisa na vida, tendo noção já é meio caminho andado, pois gente sem noção dá muito trabalho!"

21 de dezembro de 2011

MATURAR (Cacau Loureiro)

Pessoas especiais nunca partem de nossas vidas,
elas permanecem naqueles lugares feitos para
guardarmos o inesquecível...
Em nós moram muitas dores, momentos há
que elas se ajuntam e congregam para o
crescimento moral, espiritual.
As alegrias que vivemos, são como as flores que
se renovam a cada estação, e elas trabalham
incessantemente, assim como os lírios do campo,
na simplicidade e no silêncio da própria natureza
que os faz mais bonitos.
Saibamos que a hora certa para mudar é aquela
que bate no relógio do tempo, e nos diz que é
tempo de transformação.
É certo também que jamais mudamos os
companheiros de caminhada, pois, nossa jornada
maior é mudarmos a nós mesmos.
Há tesouros guardados em torno de nós esperando
a certa hora para os descobrirmos... Mas, antes,
é preciso amadurecer...



FELIZ NATAL!

29 de novembro de 2011

FLAGELO (Cacau Loureiro)


A raça humana tem esperado há séculos

o seu salvador, alguém de carne e osso
que fosse sacrificado por ela.
De fato, acredito no Cristo como personalidade
histórica, um ser singularíssimo, dotado
da mais alta luz dentre os mortais.
Se o que vivemos hoje são as trombetas
dos apóstolos do apocalipse ou dos
cavaleiros andantes das utopias
crucificadas pela cruel realidade, sim,
continuemos, pois, a esperar o enviado.
O Homem nunca se despiu da barbárie
e os governadores da espada e da
balança continuam a lavar suas mãos
em decisões judiciais covardes fazendo
de nós, o povo, os bobos da corte.
Até quando esperaremos pelo cordeiro,
já que os messias da modernidade
derramam seus sangues na tela das Tv’s
e nas páginas dos jornais todos os dias?
Os filhos desta pátria pseudodemocrática
são servis, são gentis quando sorriem
felizes e depositam sua fé nas urnas da
impunidade antropofágica.
A realidade de nosso país é surreal e
trágica!...
Não é preciso que se ressuscite o homem,
seja ele santo, enviado, consagrado...
Posto que este está morto, exposto aos
abutres da falsídia e do peculato.
É preciso trazer à vida a dignidade porque
para a injustiça neste país não há grades.
Ela é a peste que se alastra dia e noite, o
inseto infame que nos pica e que nos mata.

27 de novembro de 2011

PASSAVANTE (Cacau Loureiro)


Diante do tempo, das colinas da vida,
sou peregrino da dor...
Diante da luz eterna que mãos me amparam?!
Nos pilares que erigiram meu caráter,
somente um deu-me sustentação e alento.
Neste mundo de muitos deuses, só a um
  eu clamo em lamento, porque somente
 
Ele tira o véu de minha alma, e não mascaro
 
o meu desgosto, posto que diante D’ele
 
criança coloco-me, novata sou no espaço
 
do eterno infinito.

  Deixo-me ao vento dos dissabores, contudo,
 
a mão do mestre é-me elmo e defesa.

Como diz o profeta, somente com os meus
  olhos verei a recompensa dos ímpios.
 
O tempo cura as feridas, e todos e tudo passaremos,

  assim como indefesos passarinhos.
 
O arauto da vida transforma o mundo, pois
 
que somente Ele, é justiça e amor.

28 de setembro de 2011

ANDAR CONTIGO (Cacau Loureiro)


Eu sei que as tuas mãos curam...
Porque sei que entre os teus dedos
brota amor.
Ouvi dizer, outrora, dos corações mansos...
É privilégio existir contigo.
E de mim para ti vai a paz, a paz que neste
meu tempo de guerra é cura de alma,
libertação de espírito. A mesma paz que
aprendi contigo.
Tenho caminhado na escuridão através
dos teus olhos, desta tua luz que fulgura
em irmandade, em desvelos e não tenho
te facilitado os passos, pois que o teu perdão
é paciência e também doçura.
Sei, não há santos nesta terra de misérias,
mas, há os que limpam as feridas e nos
mostram horizontes de esperanças.
Tua trilha de fé e flores é tão bonita!...
Nesta jornada de aprendizado, feliz estou
por andar contigo!...

14 de setembro de 2011

IGUARIA (Cacau Loureiro)


O teu nome é ternura... Como não
provar o que de ti me embriaga?!
Ah! Em tua mansa fala todas as
cores vibrantes da sorte, todas as
luzes envolventes do afeto!...
Em teu amplexo criança, menina fico
e brinco nas tranças do destino feito
donzela.
Em teu nobre dossel tornas-me branda,
algodão de nuvens, porque só tu és
doce mel, ensejo dos meus dias,
nova lua...
Em teu beijo, pele e pelos eu deito
meus desejos, posto que em ti há
sossego onde não se deixam há
muito meus sentidos mortais.
Em teus olhos vivifico-me, pois que
irrompes em mim um animar de
mundos metafísicos, onde os lobos
adormecem e as panteras despertam.
E, no entanto, afabilidade e doçura
agitam-me músculos e sentimentos e
faz-me descobrir novamente encantada.

6 de setembro de 2011

RARIDADE (Cacau Loureiro)


A tua felicidade não me pertence, e no
entanto, também ela mora em mim...
Como dimensionar tuas benesses?!
Quero sim estar à altura do que me tens
dado em amor, em afeição.
A linha curvilínea dos sentimentos nos
molda para receber um ao outro, e muitas
vezes insistimos em nos endurecer em
tantas retas!...
A lei maior é o amor, amar é a maior das
leis, e ainda nos deixamos prender aos
ecos do mundo quando o que ressoa em
nós é tão excelso, primoroso.
Em teu dinamismo de carinho eu encontro
respostas, quero fazer o bem que a mim
tu fazes.
Quero colher os frutos, as flores de manancial
tão singular, quão raro!...
Tocar teu seio com a delicadeza com que
me tocas as feridas d’alma.
Sem lágrimas quero manter limpo o meu
sorriso para em teus olhos eu verdadeiramente
entornar em ti o que de ti mesmo preciso.

5 de setembro de 2011

RESILIÊNCIA (Cacau Loureiro)


Dentro de mim mora um lamento que guardado
está sob sete chaves..
Quanto pranto verti na demente espera!...
As lágrimas do desafeto e do desprezo
molharam-me a alma, fizeram-me crescer.
Mas, descobri na dor que também mora em
mim um anjo que abriu suas asas ao sol da
solidariedade.
Não há perecer eterno quando a vontade
que sobrevive em nós é de viver para amar...
As nuvens muitas vezes passam manchando
o céu de cinza, mas, a essência dos aprendizes
viajores sabem que o firmamento é azul.
Os dissabores também chegam sem avisar,
embora, sejamos seus maiores cultivadores.
Minhas alquebradas asas insistem em voar para
um horizonte de paz... em meio à guerra reconstruo
meus sonhos adolescentes massacrados pelos
insensíveis resilientes. Porém, meu sangue quente
não é vingador!...
Desejoso de amor meu espírito segue liberto ante
os grilhões e as grades dos desnaturados.
Na estrada aprendi que infinito é o universo divino
e tão diminuto é o universo dos homens... não sabem
eles que a força sempre esteve na delicadeza.

30 de agosto de 2011

PIGMENTO (Cacau Loureiro)

Vento matreiro faz despencar as folhas sob
o sol frio destas tardes solitárias...
A paisagem invernal não me priva de sorrisos.
Minha viagem neste mundo vil é astral, não
posso negar-me a essência divina que me move.
Preciso de uma lágrima para temperar os meus
dias, assim como preciso de um sorriso para restituir
meu espírito.
Entre tantas mãos, as tuas, singulares, intensificam
meu ânimo para a existência.
Meus caminhos de pedras não me sangram os pés,
apenas me despertam para a vida.
Suor, pranto, dor... o cálice da verdade é provado
por todos nós...
Avisto a multidão, sei que estás dentre muitos e
tão marcadamente em mim, sinais feitos por mãos
pródigas, cinzel delicado a tarjar meu peito inquieto
por mais sonhos, por mais amor, por mais vida...
Impulso de gravar-me em tua pele em tatuagem
de mim mesma em pigmentos do eterno!...

15 de agosto de 2011

EVOÉ (Cacau Loureiro)


A tua música move-me...
Quero ouvir-te mais perto.
A dança que fazes em mim desconcerta-me;
queria eu ser profetisa das tuas dádivas,
bacante do teu amor, descobrir o suprassumo
do que és e beber-te na taça das divindades;
ver-te muito além do que os meus limitados
olhos veem... quero sentir-te.
Ah! Esta candura singular que me comove,
melodia que permeia sonhos encantados!...
A tua voz narra-me o enredo da vida, da
vida que me anima em ti; deixa-me morar
em teu interior, beber em teu doce dormitar
o vinho de todos os amores, provar mel de lábios
deleitosos que proveem a eternidade.
Teu ser é dileto dos deuses, guardiães de maior
tesouro... do teu apreço.
Ora eu sei sobre diamantes lapidados em
mansidão... olhos que espreitam minha
alma na noite dos tempos evocam-me à
maioridade.
Meu ser afetado por teu afeto cambaleia ao
paraíso, meu passo açodado em teu ditoso
sentimento, é marcha, é jornada, é evolução!...
Sobeja em mim a tua boca, o teu ameno gesto,
grandioso existir... vida que explode em mim
neste diminuto planeta chamado coração.

SORRISO ABERTO (Cacau Loureiro)

Há um sorriso guardado para ti...

Nas folhas de um outono adormecido pelas

intempéries da vida, nas lágrimas que irrigam

as flores do caminho.

A primavera persiste e não se foi, porque há

corações que são bem mais que fortaleza,

são sobreviventes de guerras silenciosas,

são combatentes da dor que é acorde para

os heróis.

Há os que vieram para destruir, seja pela

ignorância da espada seja pela fraqueza

de espírito e não sabem lutar francamente

pela felicidade que é virtude e direito.

Ah! Guerreiro vendado eu sou!...

Destemida sigo os rumos que o mundo me

apresenta, pois que para mim a vida é dádiva

sagrada, e assim prossigo num instinto sobre

humano em viver.

Há um sorriso guardado para ti...

Como espectro solar que se levanta todas as

manhãs na esperança de aquecer as almas falidas,

reacender o fogo das paixões, reaver os sonhos

esquecidos, colorir as vidas vazias.

Mesmo na correria dos meus passos cansados,

na minha face desfigurada pelas noites mal

dormidas, há um sorriso guardado para ti.

Nos primórdios da infância eu tive um

sonho, voo lúdico envolto em esferas

coloridas... assim eu tive uma certeza,

há sim, ainda, um sorriso guardado para ti,

 e ele nascerá de minha alma pródiga como

fruto saboroso de árvore fértil e estará em

repouso em minhas mãos limpas esperando

o teu aberto riso...

E serei como um céu que se abre azul todas

as manhãs e avança desmedido e adentra o teu

vigoroso espírito lutador!...

10 de agosto de 2011

ORESSA (Cacau Loureiro)


A tua calma apraz-me, aquieta-me o

coração, alísio de paz...
O sopro frio das manhãs não diz sobre
a centelha que reacendes em mim...
Assim são as ondas das emoções supremas,
há um arco-íris que se expande para além dos
humanos horizontes.
Eu sigo esta rota dadivosa, onde os rastros
deixam saudade e em aquarela pintam o teu
distinto sorriso.
Alço ao vento minhas lonas catitas que
sobranceiras envergam meus sonhos aos
mares não navegados, paraíso de fantásticas
descobertas; fartas águas tem este oceano
que sacia sedentos quereres, terra á vista em
minha restrita vida, ah, este rumo de um só!
O astro rei em sua majestade cinge-me a
fronte com seus raios em sal de entusiasmo.
A minha têmpera revel segue ao encontro
deste fanal de desejos... luz para os
desbravadores de afeto.
Iço âncoras, abro as velas em azul céu, nau
ligeira sou... vento em popa neste imenso
mar de apegos!...

9 de agosto de 2011

A CAVALEIRO (Cacau Loureiro)



Estrelas serpenteiam o céu com suas luzes
exuberantes...
Como um coração pode conter tanta força
e coragem, ao mesmo tempo fome e
dissabores?!
As canções do caminho fortalecem esperanças,
recriam sonhos encantados.
A luz só desperta aquele que vê o céu...
E eu olho as nuvens como passageiro de
promessas, como guerrilheiro das savanas,
como integrante das infinitas caravanas da
existência... viajor... eu prossigo cavaleiro
andante diante dos temporais.
Não sigo discursos, eu reconheço os sinais,
não estendo bandeiras, distingo o amor.
Hoje moro nos desertos dos homens que
jamais foram humanos, estereótipos dos
pseudoimortais.
O meu compromisso é com a vida, porque
ela é o valor maior que impulsiona os meus
passos, a mola mestra que me esclarece
o espírito e que me move equidistante ao
progresso, tão próxima ao sol. Ademais,
aos mortos-vivos não me permitirei jamais!...

25 de julho de 2011

FRATERNO (Cacau Loureiro)

O teu sorriso franco me desperta em alegria...

Quando por ti sou acolhida o meu espírito

liberta-se em satisfação.
Sortilégio encontrar amigos-irmãos,
esperança entrelaçada de carinhos...
Dádiva maior reencontrar os laureados
pela divina luz, amor fraterno banhado
em afeição.
O teu interior refaz-se em claridade,
exteriorizada em teus olhos de afeto,
em tuas mãos de caridade.
O Grande Mestre sabe todas as coisas,
as causas de cada um de nós viventes;
o meu cansaço em teu abraço, a minha
súplica em teu universo de doçura se
configura... amor ao próximo!...

20 de julho de 2011

PANDORA (Cacau Loureiro)

Em amansadas águas seguem os meus sonhos,
aspirações de uma humana alma com todo o
seu singular padecimento...
Há lágrimas passadas que não mais movem
moinhos, e há as águas novas, límpidas que
me dissipam os meandros do medo.
A paisagem desconhecida para onde sigo
faz-me mais forte, numa força sobre humana
que emerge e irrompe do âmago dos que por
demais amam, amaram...
Amaro e mel mesclam-se nos rumos das águas
agitadas do destino, dimensão dos viventes.
Lavo o rosto, limpo as mãos, mas reconheço
os tiranos, todos que me tiraram a paz...
Contudo, há mansidão em meu espírito porque
a força do meu caráter é inabalável, e só não me
permite a escravidão, as grades dos desalmados,
as correntes dos que se aprisionaram ao lago e ao
lodo do desprezo.
A vida é-me presente, jarro onde guardo raros dons,
é belíssima caixa de Pandora onde apreendi o amor
e libertei a esperança...

19 de julho de 2011

ALUMIAR (Cacau Loureiro)

É lúdica manhã em meu seio pressuroso,
neblinas d’alma dissipadas em cânticos de
solares raios.
Há cor e fascínio em meu caminho, estradas
que não tem fim porque infinitos os rumos do
coração...
Há crianças e flores saltitando nas calçadas,
pois não há abandono em almas aquecidas...
Empresta-me um sorriso que eu te dou um
arco-íris, uma canção de paz, minhas mãos
de amigo.
Ah! Eu brinco de primavera em alvoradas
de friorento solstício porque um louvor de
apego ecoou em meu frágil peito; revoada
de pássaros em meu orbe estático alumiada
por teu rosto cândido.
Há sons que só um coração menino ouve,
há línguas que só um coração sincero traduz...
Sutileza e luz despertaram minha alma...
Encanto!..

12 de julho de 2011

PRANTEAR (Cacau Loureiro)
















Eu engulo o pranto, porque as lágrimas
nunca me levaram às mudanças.
De peito aberto eu enfrento a bandida vida,
no cansaço que me faz mais forte para
crescer, lutar... perseverar, vencer...
Para mim o amanhã é agora, o momento
que me empresta a realização.
Teu ombro amigo de amor é a fibra que me
sustém mesmo entre discursos de intolerância...
Fortaleço-me em teu braço forte que também
é calma e doçura, dossel de ternura onde
acalmo minhas dores.
Constato olhares humanos em si mesmos...
Silêncios de muros altos entre almas, não
há irmandade quando admitimos as correntes...
há muito há becos escuros onde um não quer
encontrar mais o outro.
Busquei tanto as mãos... esperei tanto os
abraços; lamento as flores que vieram tarde,
ah... os espinhos mascados pelos anos de
desprezo, sementes genuínas de distanciamento...
Eu pranteio a morte... a morte dos vivos que não
sabem mais viver e não mais querem resgatar
a vida que ainda no outro grita...

8 de julho de 2011

CIRANDA (Cacau Loureiro)












Criança fico quando permaneço contigo,
verto estrelas aos teus pés...
Ah, esta ciranda de flores!...
Não se prende corações com os grilhões
do mundo, não se mata afinidades com
os punhais do tempo.
O que guardo para ti é o que em mim
tu originas... paixão, maior que eu, maior
que tu, inteiro nós.
Zelo por ti todos os meus dias, pois que
o meu pensamento é constante oração.
Lapido-me em teu espelho porque tu és
candura e paz em meu caminho; reparto
contigo a hóstia consagrada do mais puro
afeto, o ouro perpétuo dos mortais...
Abro-te os meus braços e recebo-te com
alegria em cânticos dos que se embriagaram
de venturas.
Quero em teu ombro descansar...
Cinge-me com tuas mãos a minha
cabeça, purifica-me dos lamentos,
consagra-me em tua dileção, dá-me
o privilégio de aceitares o meu sentimento
supremo... amor!...

7 de julho de 2011

ÁDVENA (Cacau Loureiro)


Através de portas e janelas recolho-me em
minha fria cela...
Como descobrir a que mundo pertence
outros seres que como eu, por meio de seus
vãos interiores, as suas vidas descerram?
Eu quero para mim o que para ti queres...
Não há meio termo quando abraçamos a renúncia
do não, as causas que não nos elevam...
Quando me desconheço não reconheço o
que comigo segue, como mostrar caminhos
se não sabes que caminho segues?
Ao contrário do que se professa, o egoísmo
rasteja silencioso... feito serpente espreita,
feito cicuta envenena.
Estrangeiro sou nas terras do inconcebível,
nas raias dos temerosos...
Exponho minhas armas, abro o peito à franca
luta, no embate a que me entrego eu prefiro
as bestas-feras.