PENSAMENTO DO DIA

Prefiro andar pelos vales sombrios junto aos lobos, do que em campos floridos ao lado de falsos cordeiros. (Felipe Melliary)

REFLEXÃO

"Não é preciso ter muita coisa na vida, tendo noção já é meio caminho andado, pois gente sem noção dá muito trabalho!"

26 de abril de 2012

DO TANTO QUE TE AMO (Cacau Loureiro)


Do tanto que te amo eu tenho dormido em
estrelas, eu tenho sorvido o sol...
Na dinâmica do mundo veloz, só em ti há o
sossego, só a tua voz é vibração pulsante em mim.
Aprazível são teus braços a convidarem-me para os
deleites da alma, para os instintos do corpo, porque
em teu dorso nu eu inalo o cheiro dos afetos, aspiro
o aroma dos sonhos.
Todos os sons da tua lira movem meu universo,
posto que a tua paz são meus versos vigorosos,
rimas preciosas que dedilho em ti...
Em energia vital refaz-se o nosso encontro,
puro encanto de quem descobriu as minas das
raridades, olhos de diamante...
Valioso é o teu amor, minha visão primeira
nas belíssimas alvoradas; percepção única
dos meus sentidos ao fim do dia.
Não há fim para os tempos em que nos permitimos,
recomeços sem fim!...
Nada morre mais em mim quando contigo, pois que
revigorante é a tua afeição amante, amiga.
Do tanto que te amo... em ti eu sou!...

18 de abril de 2012

METAFÍSICO (Cacau Loureiro)

Eu sei que ainda as flores permeiam nossos
caminhos e suas cores ainda ressuscitam almas
semimortas...
O Deus que habita em mim sempre saudará o
Deus que existe em ti.
Supremo é o teu amor que através de tuas mãos
aquece o meu coração para uma nova vida.
Eu quero viver o inarrável contigo...
As pedras de hoje serão velhas lembranças no
amanhã porque acredito no que nos move...
coração, palavra e pensamento.
Assim como as águas dos generosos rios da terra
o amor correrá em nós para sempre e em suas
variáveis mutações, eu sei que caminhará
para o fértil.
A natureza é primorosa, e assim como ela é
transformadora, também nós nos reformaremos.
A promessa está feita, pois que, pelo amor que
transita entre os homens ela estará cumprida,
no verbo e na carne, no material e no astral.
A tua história belíssima nos diz de misericórdia,
ensina-me o maior dos afetos, por isto repouso
contigo em teu leito de carinho e de lenidade.
A escolha foi feita, como a melhor das colheitas
nos campos da humana mansidão.
Não desisti de sonhar, meus olhos físicos podem
não ver, mas com os olhos do espírito eu
descerro bela morada posto que o teu lar será
meu lar, tua luz será a minha luz.
Sementes de paz espargem-se nos jardins onde
encontro descanso, onde o colorido da vida
vive e perpetua-se no teu meigo olhar...

POR SEGUNDOS... (Cacau Loureiro)


Preciso de tempo para assimilar
todos os golpes, para aguentar
todos os assaltos...
O suor inunda os meus olhos, o
seu sal me queima a alma;
no sufoco eu reprimo a ira.
O inimigo diante das vistas, os
meus braços ao longo do corpo.
Os meus punhos doloridos, o meu
espírito exausto.
Em síndrome apoplética desfigura-se
minha postura atlética... estática,
atônita eu ainda golpeio a minha
face mais oculta. Recosto-me uma
vez mais nas cordas poéticas, pois
quadrilátero é o ringue da vida!...
Teus lábios, lona fina fantasmagórica...
Não sei se desfaleço ou morro por
segundos... tecnicamente não me
entreguei ao nocaute.
Eu sei sobre o peso do mundo em
minhas costas, tuas mãos como
luvas não me libertam os dedos
da dor torturante, meus gemidos
não têm respostas, o meu rosto
no piso ondulante, ao longe o soar
do gongo; o ar, a água é como gole
abrasivo que a minha garganta resseca.
No último instante, ao derradeiro golpe
eu desperto, um filete de esperança
subsiste, reveste-me.
Hauro o fio de vida que me resta, penso
no tênue laço que a esta terra nos prende...
levanto os olhos, alço para os céus minhas
mãos como asas...
Transponho as grossas cordas do medo,
vislumbro a multidão que grita...
Algo em meu peito se agita... estou de pé,
refeita, pronta novamente pra luta.

16 de abril de 2012

ENDRÔMINA (Cacau Loureiro)



Há diamantes raríssimos incrustados nos
subterrâneos dos homens, contudo, muitos
são mineiros de uma só jornada... Posto que
há patrões da prata e do ouro, mesmo os ladrões
companheiros de príncipes.
Somente nos corredores escuros onde
amealhamos tesouros é que damos valor ao sol.
As pedras raras ora estão escondidas sob o véu
das alheias vaidades ora sob os mantos dos
pseudossantos bandidos.
Não faço aqui a apologia dos desencantados, mas,
na ciranda dos desafortunados espirituais nós é que
somos carrascos, nós é que pagamos o pato.
Ouso dizer que não há escravos na Terra, há
senhores de si mesmo porque onde depositas
o seu coração lá está o seu tesouro.
Na modernidade sem chibatas as vozes do
poder nos é açoite, pois no solo dos grilhões
a seara da labuta será sempre evolução.
Muitos há a usurparem as riquezas do mundo e
a mendigarem óbolos aos céus...
Quem de vós tem o poder, quem de vós tem
a verdade?
Eis que, verão os que têm olhos de ver, ouvirão
os que têm ouvidos de ouvir!