Há um novo cenário para se plantar as sementes do
futuro porque já não mais cabe um espírito embrutecido
que não avança nem pela dor e nem pelo amor e que na
estagnação do orgulho e do egoísmo parou sua jornada,
descartou afetos, minimizou acertos, reparações,
aprendizado.
A vida nos bate em pagamento e não adianta exigirmos
a transformação daqueles que por hora estão confortáveis
nas escolhas do não... do aqui permaneço, daqui não saio.
O progresso do ser virá como grandes ondas e nos arrastará
para frente e para o alto, posto que não há permissão para
se voltar atrás, dar de ombros.
E no passado bem próximo, eu olhei para dentro, fitei as
correntes arrebentadas, lavei os pulsos, mas, não as
mãos... olhos abertos, enxaguados, sem o véu que só
me fez ver o outro e não a mim mesmo.
Penso que zerar a vida é deixar a alma elevar-se ante o
novo que nos desperta, é deixar o passado nas cinzas,
fazê-lo ensinamento não ferida acesa, cicatriz aberta...
E o passado como pó se foi no vento da surpresa do hoje...
Esvaneceu ante a dádiva, diante da prenda do
destino,
grata luz, na alva graça de uma nova chegada, ponte
firme
do abraço acolhedor!...
Há uma chama a aquecer meu espírito em grandes
valores para edificar e fazê-lo crescer em humanidade...
que me fez surgir num instante as asas do autoconhecimento
para me cientificar que cada um segue o seu trajeto...
Alguns seguirão conosco, outros ficarão à beira do caminho
até que aspirem os ares da mudança ou alcem os olhos para
enxergar além do agora porque o que há de vir é promissor.
Haveremos de levantar, fazer rolar as pedras, pôr abaixo os
muros da indiferença e ter o grande encontro das raras almas,
das almas gêmeas forjadas no amor!
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