O dia amanheceu nublado, assim como a saudade
me deixou o coração obtuso, desconexo, âmbar.
Mas, há em mim um sol abrasador para mil verões!...
Tenho comigo as flores que deixaste em minhas mãos,
também o perfume, o aroma doce de tua alma que
me cercou por todos os lados e não me deixou saídas.
Como Ícaro sonhei aselhas angelicais para sobrevoar
o teu globo formoso e vislumbrar o teu sorriso bem-feito.
O voo dos arrebatados é cego, é um mergulho em queda
livre com asas de cera em labirinto encantado.
Assim eu quero ir!... Deixar para trás meu mundo antigo.
A tua índole forte me impulsionou aos voos mais altos,
a visões de perder o fôlego, a vertigens descomunais.
Não sei como suster este êxtase de adrenalina!
Como admirar as rotas do espaço celeste sem pairar
em tua vista abrangente, estonteante, infinita?
Como um anjo decaído tomado pelas mãos do tempo,
preciso enfunar as asas e mudar de direção... Subir...
Pousar no templo da dileção das almas e permitir-me
às preces de gratidão, e tecer caminhos novos nesta
várzea de coloridas borboletas.
Deixa-me tocar o teu interior, só assim eu sairei
deste torpor, desta dorida inércia.
Neste voo indelével da lembrança deixa-me reavivar
as cores do teu arco-íris ímpar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário