PENSAMENTO DO DIA

"A arte, meus amigos, não é um espelho do mundo, é sim, uma ferramenta para consertá-lo." (Vladimir Maiakovski)

REFLEXÃO

"Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata. (Drummond de Andrade)

19 de setembro de 2009

RACA


Hoje o meu discurso é sobre a mediocridade. Por que ainda fico estarrecida com a índole de algumas pessoas, criaturas que eu penso foram criadas por Deus?
Fico ainda horrorizada como a religião é usada para mascarar seus caracteres dúbios. E confesso, fico indignada com os espíritos atrofiados pela falta de vontade de progredir, de melhorar as suas escolhas, pura ignorância, porque ela, sim, a ignorância explica todas as coisas e causas desses representantes da humanidade.
Muitos anos atrás optei pelo magistério na esperança de que pudesse contribuir de alguma forma na fomentação dos indivíduos, desisti bem rápido confesso, pois que alguns valores tem que vir de berço. Nós temos que ir em busca de uma verdade que nos liberte de fato.
Ontem vi o Globo Repórter, crianças que foram adotadas, muito dignificante, quero acreditar ainda que em algum canto existe este amor incondicional pelos seres. Ali vi poucos exemplos, será que isto um dia chegará a ser maioria?! Veja quem tem olhos para ver. Pois estou na estrada desta vida observando, e em alguns poucos momentos, admito, contribuindo.
Vejo muitas criaturas perdidas em si mesmas, em seus objetivos, confesso que é muito importante ter objetivos, direcionar nossas vidas para algo bom e melhor para a existência, para o presente, para o futuro, faz parte do contexto do viver.
O que me intriga e revolta é como as pessoas colocam antolhos e partem para a frente, isto porque elas pensam que andar para frente é quando não olhamos para os lados; e saem atropelando a multidão de pessoas que poderiam também contribuir para o progresso delas.
A falácia dos homens não está embutidade de autenticidade, sequer de verdade, colocamos nossas vidas a mercê de uma salvação palestrada por padres, pastores, bispos, mentores, gurus, etc, etc., mas não fazemos o exercício do que temos intrinsecamente guardado em nosso âmago, valores depositados pela própria divindade para que ao longo da vida fôssemos descobrindo, expondo, distribuindo, partilhando.
O mundo transformou-se numa máquina de fazer gente através de livros de auto-ajuda, poderes distribuidos por pseudos enviados de Deus para indivíduos que precisam apenas ser amados e assim aprender a amar. “Deus” está além dos mecanismos da usurpação dos dízimos, da deturpação das almas humanas.
Raca!... Esta é a palavra que eu proferiria hoje para designar, tratar elementos que usam de posturas estudadas, discursos mais do que batidos, estropiados por vãs filosofias, hipócritas teologias, por silogismos de conclusões tacanhas que só edificam sofismas na cabeça e na vida de pessoas já destroçadas pelas decepções e pelas misérias humanas.
Tenho visto de forma generalizada pessoas usarem da boa vontade das outras, consumirem a lealdade delas por interesses escusos, pela busca insana pelo poder material a qualquer preço, a qualquer custo.
Não me considero uma pessoa boazinha, e nem o quero ser, pois que também cansei disso, apenas tento me proteger para não corromper ainda mais o que fui, o que sou, o que nasci para ser.
Tenho nadado contra a correnteza, isto tem um custo alto. As pessoas se vestem para agradar, colocam uma armadura de “boas”, de “compreensivas”, de “amigas”, de “dóceis’, de Joanas D’arcs convictas de sua missão, de madres Tereza dispostas a abdicar de sua própria vida em detrimentos dos outros, tudo, tudo, tudo balela.
Há alguns anos parei para observar, e esta andança tem sido um calvário, admitir que o ser humano está muito aquém dos desígnios que Deus quer para o mundo, para o próprio homem, em algum lugar deste universo há de ter uma civilização à altura do nosso Criador para levar adiante esta obra maravilhosa que é a vida.
Pessoas passando outras para trás por qualquer ninharia, seres que não valem um tostão furado porque vendem suas almas para massagearem seus egos cheios de frustrações; exercitam seus egoísmos em nome de uma liberdade exclusiva e fútil, monstros que se devoram em ambições torpes, vendedores de ilusões; é a filosofia barata a grassar nas esquinas, nos cantos das praças, nos templos, na televisão, nas rádios e até mesmo nas salas de aula.
Do que nos omitidos em nome da individualidade?
Do que nos esquivamos em nome da privacidade?
Do que nos escondemos em nome da justiça?
Do que nos imbuímos em nome da ganância?
Do que nos fantasiamos em nome da bondade?
Do que nos disfarçamos em nome da caridade?
Do que nos revestimos em nome da ambição?
Do que nos protegemos em nome do silêncio?
Do que nos ocultamos em nome do amor?
É triste ver a mediocridade assumindo o poder!

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