PENSAMENTO DO DIA

"A arte, meus amigos, não é um espelho do mundo, é sim, uma ferramenta para consertá-lo." (Vladimir Maiakovski)

REFLEXÃO

"Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata. (Drummond de Andrade)

21 de setembro de 2009

TECENDO A MANHÃ


Aguardo a aurora desta noite
hoje escura...
De um alvorecer de toques, de
beijos, de pétalas, de corpos nus.
De um sol ameno, embora abrasador
que aqueça os meus sentimentos
agora crus.
E quero acordar, assim, tranqüila
e calma, como a névoa da manhã...
Todavia, não abdicarei do afã dos
desejos, da sofreguidão dos teus
beijos, das promessas, no depois...
Eu teço os meus versos e assim
vou tecendo a manhã, os meus
sonhos, os meus carinhos.
Não escondo o que sou, o que
quero, o que espero, pois que no
meu silêncio intranqüilo eu a ti
me confesso...
No meu coração, no meu corpo,
apenas, desejo, paixão, afeto...

SILENTE


Não tem sentido olhar adiante
enquanto o teu coração está vazio.
Como poderei semear em um
solo que não está arado?!
Oro aos céus pela chuva, pelo
sol... cultivo tudo, até o mar
do teu desprezo.
Queria assim: você luz e eu
semente, mas não tem sentido
olhar adiante onde não te encontrarei,
pois que és sabedor daquilo
que me excita a pele, que me incita
à vida, que me exercita os dias.
Meu intento é descobrir o antídoto
para toda esta sensibilidade que
me aflora com um simples pensamento
em torno de ti.
Não queria que fosse assim, simplesmente...
Não tem sentido olhar adiante, mas
ainda sorvo vagarosamente teus
lábios, entrelaço ainda minhas mãos
por teus cabelos, e em tua língua
ainda salivo todo o meu desejo
imenso em ainda te ter.
São milhares as palavras que
invento, são centenas os rascunhos
dos meus versos, dezenas as estrofes
que não mereces.
Para ti não componho sequer mais um
soneto, é tudo! És todo o meu desassossego...
E ainda assim, tu feres todos os meus mais
nobres sentimentos com teu duro, frio e
indolente silêncio.

PRIMAVERA



 Esta brisa que sopra neste começo de tarde, faz-me doer até os ossos. É a lembrança que me faz doer o peito, faz-me tiritar em calafrios. Fixo os meus olhos na névoa triste, tentativa frustrada de ver-te ao longe. Meu ser em desafio persegue-te em recordações. Sigo neste afã para que não fujas de minha memória, posto que já te tenho em meu coração. És lício para todos os meus males, és o vício de todos os meus dias... Necessito redesenhar-te como uma escultura entre os meus dedos, preciso te ver, preciso te ter. Mais do que palavras, as quais escrevo, gostaria de compor uma canção, que falasse de tardes frias, mas, primaveris, de névoa triste, mas, de ser feliz... talvez, não conseguisse canta-la, com certeza, recita-la... e reescreveria com meus dedos, minhas mãos, meus lábios, toda a poesia dos teus traços... matizaria tua face, alegraria meu espírito, por um instante apenas que eu te fitasse. Contudo, guardo em meu coração a primavera desarraigada pela tua ausência, cultivo em algum recôndito do meu ser a voz da tua inocência; uma vontade louca, a própria indecência, de embalar-te nos meus versos, de apertar-te em meus braços... Primavera e uma canção...

DOIS (CANTA PAULO RICARDO)

CÍTARA


Tanjo as notas do esquecimento, como
não volver aos teus braços?
A canção adormecida em mim, talvez
não vibre mais em ti, porém, entôo-te
mesmo assim.
Quero florir de novo o meu caminho,
dedilhar novas canções em meu silêncio,
decerto, sem o teu carinho, todavia, a
saudade há de partir.
Eu olho para trás, não mais ressoarei
em ré, em meu coração eu arpejo sem dó
a falta que sinto por ti!...
Lá onde a lembrança ressoa triste, a
pesarosa ária não mais impedirá que eu
module a minha vida, que em meu próprio
ritmo eu prossiga.
Melancólicos sons ecoam no infinito remoto
de minha inspiração, pois que te aperto no
cravelhal que é o meu peito, comprimo-te
em meus desprezados trastos, afino a dor,
contudo, tu te expandes na rosácea da minha
alma aberta, melodia sem entonação...
Toco ainda as cordas do longevo tempo...
lá... si... existiu um sol... entretanto, não mais
propagarei teu nome nas cordas do meu coração.

19 de setembro de 2009

RACA


Hoje o meu discurso é sobre a mediocridade. Por que ainda fico estarrecida com a índole de algumas pessoas, criaturas que eu penso foram criadas por Deus?
Fico ainda horrorizada como a religião é usada para mascarar seus caracteres dúbios. E confesso, fico indignada com os espíritos atrofiados pela falta de vontade de progredir, de melhorar as suas escolhas, pura ignorância, porque ela, sim, a ignorância explica todas as coisas e causas desses representantes da humanidade.
Muitos anos atrás optei pelo magistério na esperança de que pudesse contribuir de alguma forma na fomentação dos indivíduos, desisti bem rápido confesso, pois que alguns valores tem que vir de berço. Nós temos que ir em busca de uma verdade que nos liberte de fato.
Ontem vi o Globo Repórter, crianças que foram adotadas, muito dignificante, quero acreditar ainda que em algum canto existe este amor incondicional pelos seres. Ali vi poucos exemplos, será que isto um dia chegará a ser maioria?! Veja quem tem olhos para ver. Pois estou na estrada desta vida observando, e em alguns poucos momentos, admito, contribuindo.
Vejo muitas criaturas perdidas em si mesmas, em seus objetivos, confesso que é muito importante ter objetivos, direcionar nossas vidas para algo bom e melhor para a existência, para o presente, para o futuro, faz parte do contexto do viver.
O que me intriga e revolta é como as pessoas colocam antolhos e partem para a frente, isto porque elas pensam que andar para frente é quando não olhamos para os lados; e saem atropelando a multidão de pessoas que poderiam também contribuir para o progresso delas.
A falácia dos homens não está embutidade de autenticidade, sequer de verdade, colocamos nossas vidas a mercê de uma salvação palestrada por padres, pastores, bispos, mentores, gurus, etc, etc., mas não fazemos o exercício do que temos intrinsecamente guardado em nosso âmago, valores depositados pela própria divindade para que ao longo da vida fôssemos descobrindo, expondo, distribuindo, partilhando.
O mundo transformou-se numa máquina de fazer gente através de livros de auto-ajuda, poderes distribuidos por pseudos enviados de Deus para indivíduos que precisam apenas ser amados e assim aprender a amar. “Deus” está além dos mecanismos da usurpação dos dízimos, da deturpação das almas humanas.
Raca!... Esta é a palavra que eu proferiria hoje para designar, tratar elementos que usam de posturas estudadas, discursos mais do que batidos, estropiados por vãs filosofias, hipócritas teologias, por silogismos de conclusões tacanhas que só edificam sofismas na cabeça e na vida de pessoas já destroçadas pelas decepções e pelas misérias humanas.
Tenho visto de forma generalizada pessoas usarem da boa vontade das outras, consumirem a lealdade delas por interesses escusos, pela busca insana pelo poder material a qualquer preço, a qualquer custo.
Não me considero uma pessoa boazinha, e nem o quero ser, pois que também cansei disso, apenas tento me proteger para não corromper ainda mais o que fui, o que sou, o que nasci para ser.
Tenho nadado contra a correnteza, isto tem um custo alto. As pessoas se vestem para agradar, colocam uma armadura de “boas”, de “compreensivas”, de “amigas”, de “dóceis’, de Joanas D’arcs convictas de sua missão, de madres Tereza dispostas a abdicar de sua própria vida em detrimentos dos outros, tudo, tudo, tudo balela.
Há alguns anos parei para observar, e esta andança tem sido um calvário, admitir que o ser humano está muito aquém dos desígnios que Deus quer para o mundo, para o próprio homem, em algum lugar deste universo há de ter uma civilização à altura do nosso Criador para levar adiante esta obra maravilhosa que é a vida.
Pessoas passando outras para trás por qualquer ninharia, seres que não valem um tostão furado porque vendem suas almas para massagearem seus egos cheios de frustrações; exercitam seus egoísmos em nome de uma liberdade exclusiva e fútil, monstros que se devoram em ambições torpes, vendedores de ilusões; é a filosofia barata a grassar nas esquinas, nos cantos das praças, nos templos, na televisão, nas rádios e até mesmo nas salas de aula.
Do que nos omitidos em nome da individualidade?
Do que nos esquivamos em nome da privacidade?
Do que nos escondemos em nome da justiça?
Do que nos imbuímos em nome da ganância?
Do que nos fantasiamos em nome da bondade?
Do que nos disfarçamos em nome da caridade?
Do que nos revestimos em nome da ambição?
Do que nos protegemos em nome do silêncio?
Do que nos ocultamos em nome do amor?
É triste ver a mediocridade assumindo o poder!

17 de setembro de 2009

ARRITMIA


No poente a brisa rompe o silêncio...
A aragem bate fria no rosto, enrijece
minha alma ora de vidro, ora de pedra.
Inflexivel ela quebra na toada de dias vagos,
dias extensos, escasseados de afeto...
Ir e vir de fúria, vir e ir de resignação que
estagna meus versos, que detem meus passos.
Em meu íntimo todos os sossegos recolhidos,
reprimidos no que um dia eu fora, no que agora
não me deixo ser.
Não há espectros a dispersar, a retirada é da
poesia numa continuada estrofe que não tem
efeito e nem assepsia a minha alma decepcionada.
O grito inibido no bater de cada hora que não
cessa o dia, que não traz a noite, que não muda
a história...
Não há pressa, não há demora, não há tempo,
não existe os dias, tudo em suspenso, há apenas
o espaço onde tudo se perdeu num fosso.
A cova das vaidades enterrou desejos, apagou
sonhos, sufocou anseios, ofuscou a esperança,
destruiu promessas.
Nos confins do mundo que me resta ouço os
ruídos das asas que outrora me foram escudos.
Ante as correntes que maculam meus pulsos eu
compreendo que a liberdade é desumanamente
maior que nós... e que não há liberdade sem amor,
e que não há amor sem os grilhões dos desvelos.
No turbilhão que me entontece diante dos nadas
em que diariamente mergulho, eu aprisiono todas
as melodias primorosas para que a dor seja menor...
Lá sol, aqui dó... tudo em mim... arritmia.

16 de setembro de 2009

À MEIA-LUZ


Suscitas em mim
místico capricho,
encanto, feitiço
ao me possuir.
E por assim me ver,
perco-me em lençóis,
filós e cetins...
É como assim dizer
da capitosa vida que
como licor escorre-me
dos poros, sobe-me à cabeça.
À meia-luz de um quarto
de hora, eu esmero os
meus beijos e calo a tua boca.
Ao teu lado eu fico à meio
passo do eterno das horas.

VORAGEM


O meu peito exortativo
procura-te nas palavras,
adoça-te em minha boca,
espera-te na demora, que seja
assim, às vezes, não ter tempo,
não ter hora, pois que a saudade
vem assim... consumindo,
invadindo, pranteando, vem
pedindo e lamentando o teu
corpo, o teu sorriso.
As palavras, pela força que
elas têm, dizem tudo, pedem
tanto quando desejamos alguém.
A saudade é como água em minha
alma, ela flui dessa fonte, mas não
mata a minha sede; arrasta terras
e distâncias para te buscar ao longe.
Quero estar assim, perto de ti,
desenhar teus lábios em minha pele,
levitar em êxtase e puxar-te para
perto... ver entre o teu peito e os
meus seios, o suor, toda a química
do sexo, todo o acre do desejo,
tudo o que nos tonteia, nos
incendeia. Não sabes da volúpia
que invade as minhas veias...!
Nos traços do teu corpo eu vagueio,
nas curvas da tua língua eu devaneio,
degusto tua libido em desejos, em
delícias... só premissas... prenúncios,
preparações, somente o ânimo, o
capricho em querer te possuir, pois
que seja assim: voluntarismo total!
A liberdade que me traz esta vontade
é visceral, essencial para que eu te
tenha pleno e te proponha tudo e te
dê prazer completo, saciando este
desejo tão voraz.

VENTUROSO


Em conjecturas, em quimeras
depositei minhas mazelas...
a fadiga da estrada
não me fez desiludida.
Afinal, também posso escolher
em paz as minhas trilhas.
Nos dias inertes e sombrios
eu te clamei, pois que o
infinito é todo ouvidos.
Enquanto o céu conspira
a favor de nós, os seres piram,
mas, o frenesi de apaixonar-se
ainda valerá a pena.
Vias oblíquas, escusas
não me afastam da boa ventura,
das benesses do caminho.
Eu miro-te em atitude quase obscena,
mas não me disto,
o meu discreto impudor,
o teu que é quase regalo
só me induz aos teus apelos...
o meu colo, a minha voz,
a minha pele rogativos,
já não mais querem correr
contra o tempo,
contra o retardo,
o atraso,
o fracionado.
Eu quero tudo em ti,
o verdadeiro, o avesso,
o inteiro.
Já não mais quero limitar-te
à mesmice do tique-taque
do relógio, aos meus ponteiros,
não quero, em meu cronômetro,
perder as horas em que te acho,
em que me perco.
De braços abertos lancei-me
em tua dimensão...
cingi o espaço,
abracei-te...
ditoso abraço!...

15 de setembro de 2009

DÁ PRA SER FELIZ NO TRABALHO?

Estive no meu dentista estes dias e peguei aquelas revistas que ficam lá para que matemos o tempo, escolhi uma revista que adoro, REVISTA ÉPOCA, e acabei me retendo na seção de Negócios & Carreira, achei interessantíssimo o assunto que agora partilho com todos vocês.
O link segue logo abaixo da introdução para que possam ler a reportagem completa.
**********************************
Em The pleasures and sorrows of work (Os prazeres e tristezas do trabalho, ainda sem previsão de lançamento no Brasil), o filósofo suíço-britânico Alain de Botton afirma: “A mais notável característica do trabalho moderno talvez esteja em nossa mente, na amplamente difundida crença de que o trabalho deve nos tornar felizes. Todas as sociedades tiveram o trabalho em seu centro. A nossa é a primeira a sugerir que ele possa ser muito mais que uma punição ou uma pena. A nossa é a primeira a sugerir que deveríamos trabalhar mesmo na ausência de um imperativo financeiro”. Tão ligado está o trabalho à definição de nossa identidade que, quando somos apresentados a uma pessoa, a pergunta mais imediata que fazemos não é de onde ela vem ou quem é sua família, mas o que ela faz. Se o trabalho assumiu essa importância tão central em nossa vida, é natural que não nos contentemos apenas com o que ele nos traz. Nós sempre soubemos que o trabalho é a ação de transformar algo: matéria-prima em objetos, tarefas em serviços. Hoje nos preocupamos também com o que ele faz de nós, como ele nos transforma.
Para Botton, tentar extrair a felicidade do reino do trabalho – e também do amor – é pedir demais. “Não é que essas duas instâncias sejam invariavelmente incapazes de nos dar satisfação, apenas elas quase nunca o fazem”, diz. Seu livro é uma grande reportagem que investiga o significado do trabalho, num mundo que parece ter realizado uma das profecias de Karl Marx: a alienação. “Há dois séculos, nossos antepassados sabiam a história e a origem precisa de praticamente todas as poucas coisas que comiam ou tinham, bem como das pessoas e ferramentas envolvidas em sua produção”, afirma Botton. “Nós estamos hoje mentalmente desconectados da manufatura e distribuição de nossos bens, num processo de alienação que nos tira uma infinidade de chances de nos maravilhar, ser gratos e nos sentir culpados.”

DESDE OS AFETOS (Mario Benedetti - adaptado)

COMO TE FAZER SABER QUE HÁ TEMPO?
QUE VOCÊ PRÓPRIO TEM QUE PROCURÁ-LO.
QUE NINGUÉM ESTABELECE NORMAS, SALVO A VIDA.
QUE A FORMA NÃO SE PERDE EM NOS ABRIR.
QUE NOS ABRIR NÃO É AMAR INDISCRIMINADAMENTE.
QUE NÃO É PROIBIDO AMAR.
QUE TAMBÉM SE PODE ODIAR.
QUE TANTO ÓDIO COMO AMOR SÃO AFETOS.
QUE A AGRESSÃO SEM MOTIVO FERE MUITO.
QUE AS FERIDAS FECHAM-SE,
QUE AS PORTAS NÃO DEVEM SE FECHAR.
QUE A MAIOR DAS PORTAS É O AFETO.
QUE OS AFETOS NOS DEFINEM.
QUE SE DEFINIR NÃO É REMAR CONTRA A CORRENTE.
QUE QUANTO MAIS FORTE O TRAÇO MAIS SE DESENHA.
QUE PROCURAR UM EQUILÍBRIO NÃO IMPLICA SER MORNO.
QUE NEGAR PALAVRAS É ABRIR DISTÂNCIAS.
QUE SE ACHAR É MARAVILHOSO.
QUE O SEXO FAZ PARTE DO MARAVILHOSO DA VIDA.
QUE A VIDA PARTE DO SEXO.
QUE O “POR QUÊ” DAS CRIANÇAS TEM UM PORQUÊ.
QUE QUERER SABER DE ALGUÉM NÃO É CURIOSIDADE.
QUE QUERER SABER TUDO DE TODOS É CURIOSIDADE DOENTIA.
QUE NUNCA É DEMAIS AGRADECER.
QUE AUTODETERMINAÇÃO NÃO É FAZER AS COISAS SOZINHO.
QUE NINGUÉM QUER ESTAR SÓ.
QUE PARA NÃO SE ESTAR SÓ TEM QUE SE DAR.
QUE PARA DAR TEMOS ANTES QUE RECEBER.
QUE PARA RECEBER TAMBEM DEVEMOS SABER COMO PEDIR.
QUE SABER PEDIR NÃO É SE DAR DE PRESENTE.
QUE SE DAR DE PRESENTE CERTAMENTE NÃO É QUERER-SE.
QUE PARA QUE NOS QUEIRAM DEVEMOS DEMONSTRAR QUE SOMOS.
QUE PARA QUE ALGUÉM SEJA TEM QUE SER AJUDADO.
QUE AJUDAR É PODER DAR ALENTO E APOIAR.
QUE BAJULAR NÃO É APOIAR.
QUE BAJULAR É TÃO PERNICIOSO QUANTO VIRAR A CARA.
QUE AS COISAS CARA A CARA SÃO HONESTAS.
QUE NINGUÉM É HONESTO PORQUE NÃO ROUBA.
QUE QUEM ROUBA NÃO É LADRÃO POR PRAZER.
QUE QUANDO NÃO HÁ PRAZER NAS COISAS NÃO SE ESTÁ VIVENDO.
QUE PARA SENTIR A VIDA NÃO SE DEVE ESQUECER QUE EXISTE A MORTE.
QUE SE PODE ESTAR MORTO EM VIDA.
QUE SE SENTE COM O CORPO E COM A MENTE.
QUE COM OS OUVIDOS SE ESCUTA.
QUE CUSTA SER SENSÍVEL E NÃO SE FERIR.
QUE SE FERIR NÃO É DESAGRAVAR-SE.
QUE PARA NÃO SERMOS FERIDOS LEVANTAMOS MUROS.
QUE QUEM SEMEIA MUROS NÃO COLHE NADA.
QUE QUASE TODOS SOMOS PEDREIROS DE MUROS.
QUE MELHOR SERIA CONSTRUIR PONTES.
QUE SOBRE ELAS QUE SE VAI AO OUTRO LADO E TAMBÉM SE VOLTA.
QUE RETROCEDER TAMBÉM PODE SER AVANÇAR.
QUE NÃO É POR MUITO AVANÇAR QUE SE AMANHECE MAIS PERTO DO SOL...
... COMO TE FAZER SABER QUE NINGUÉM ESTABELECE NORMAS SALVO A VIDA?

14 de setembro de 2009

A RECIPROCIDADE

(Artigo do Livro Educação de Antônio Carlos Gomes da Costa)
RECIPROCIDADE é a disposição sincera de influenciar e de ser influenciado.

O que é reciprocidade? Reciprocidade, reduzida à sua expressão mais simples, é o movimento vital que nos leva a influenciar e a ser influenciados. Influenciar alguém é nos incluirmos na fluência de sua vida. Ser influenciado é permitir que a fluência de vida do outro nos penetre e perpasse a nossa vida. A reciprocidade é a troca de elementos que nos dá a certeza de que temos valor para alguém.
Que elementos são esses? São elementos que vão desde os grandes sonhos, projetos, visões, ideias e ideais compartilhados até os pequenos “nadas” que fazem a diferença, ou seja, um olhar, um sorriso, uma palavra, um toque, um abraço, um gesto, um cumprimento ou qualquer outra manifestação que exprima para o outro a certeza de que ele tem valor e de que alguém reconhece isso. Esses pequenos “nadas” são as sementes dos grandes gestos de apreço, de solidadriedade, de amor. São os conteúdos de uma autêntica educação dos sentimentos no caminho do bom, do belo e do verdadeiro.
Nas relações de um casal, na vida de uma família, no ambiente de trabalho, na sala de aula, no hospital, no convívio de um grupo de amigos, esses pequenos “nadas” são as fontes da coesão, da integração, do calor humano e de tudo o que nos dá a certeza de que não estamos sozinhos. Muitas vezes, quando um casal se separa, pensamos que sobrevirá um grande sofrimento na vida dessas pessoas, no entanto, frequentemente, elas nos passam uma impressão de alívio e até mesmo de certo conforto. Quando indagadas sobre a razão disso, é comum ouvirmos como resposta algo do tipo: “Só agora nos separamos, mas nosso casamento já havia acabado há mais de um ano”.
Nas famílias que têm filhos envolvidos com drogas e outras situações de risco, é comum constatarmos que, em muitos casos, os pais deram o melhor que podiam em termos materiais, mas não souberam fazer-se presentes na vida dos filhos. É comum alunos e professores reclamarem do modo como são conduzidas as relações em sala de aula, muitas vezes marcadas pela indiferença e pela hostilidade. Quando nos informamos melhor sobre a situação, deparamos com o fato de que a falta de qualidade nas relações professor-aluno decorre da incapacidade do educador de ser uma presença construtiva na vida de seus educandos.
Quando amigos verdadeiros se encontram, depois de muito tempo sem se verem, a conversa flui como se eles tivessem se encontrado no dia anterior. A razão disso é que a disposição sincera de dar e receber, de influenciar e de ser influenciados, jamais deixou de existir entre eles. Por isso as trocas são tantas e tão generosas.

CONFIRA 20 COISAS QUE A INTERNET ESTÁ DESTRUINDO


Jornal do Brasil - Ciência e Tecnologia

Portal Terra 06/09/2009



DA REDAÇÃO - Desde que o uso da internet se generalizou, há cerca de 10 anos, provocou grandes mudanças nas nossas vidas, algumas positivas, outras negativas. Tarefas que precisavam de dias para serem feitas, hoje são realizadas em segundos, enquanto tradições e habilidades que surgiram e cresceram ao longo dos séculos, hoje não passam de redundâncias.
Em uma reportagem especial publicada esta semana, o jornal britânico Telegraph compilou uma lista das 50 coisas que estão sendo destruídas pela internet, "desde produtos e modelos de negócios até experiências de vida e hábitos". A lista inclui também algumas coisas que sofreram a influência de outros meios de comunicação modernos, como os telefones celulares e os sistemas de navegação GPS.
Confira abaixo uma lista reformulada e adaptada com 20 coisas, entre hábítos e posturas sociais, que a internet está destruindo:


1 - A arte de discordar educadamente
As discussões insignificantes dos iniciantes do YouTube podem não ser representativas, mas certamente a internet aguçou o tom dos debates. O mundo dos blogs parece incapaz de aceitar as diferenças de opinião. E os trolls crescem em cada canto da web.



2 - Medo de ser a única pessoa do mundo não tocada pela morte de uma celebridade
O Twitter se tornou uma tribuna aberta para piadas sobre a morte de pessoas famosas. Algumas de muito mau gosto, mas um antídoto para o "luto" dos fãs que, de outra forma, predominaria.



3 - Ouvir um disco do início ao fim
Os singles são um dos benefícios improváveis da internet. Por um lado, não é mais preciso aguentar oito músicas chatas para poder ouvir uma ou duas que valem a pena. Mas, por outro lado, álbuns que valem a pena terão a audiência que merecem?



4 - Pontualidade
Antes dos celulares, as pessoas precisavam manter seus compromissos e chegar ao restaurante na hora certa. Enviar mensagens de texto cinco minutos antes para avisar os amigos do atraso se tornou uma das grosserias descartáveis da era da conectividade.


5 - Listas de telefone
Você pode encontrar tudo que quiser na internet, com dados muito mais completos do que as antigas e mofadas Páginas Amarelas.



6 - Lojas de música
Em um mundo onde as pessoas não estão dispostas a pagarem por música, cobrar delas R$ 30 por 12 músicas dentro de uma frágil caixa de plástico, definitivamente, não é um bom modelo de negócio.



7 - Memória
Quando quase todo fato, não importa quão obscuro e misterioso, pode ser esmiuçado em segundos através do Google ou do Wikipedia, o "mero" armazenamento e recuperação de conhecimentos em sua mente se tornou menos valorizado.



8 - Concentração
Quem, entre o Gmail, o Twitter, o Facebook e o Google News, consegue trabalhar? Uma nova tendência de distúrbio de concentração que se desenvolve.



9 - Decorar números de telefone
Depois de digitar os números na agenda do seu celular, você nunca mais vai olhar para eles de novo.



10 - Teorias conspiratórias
A internet é constantemente repudiada como dominada por pessoas excêntricas, mas, ao longo dos anos, se mostrou muito mais propensa para desacreditar teorias conspiratórias em vez de perpetuá-las.



11 - Preencher formulários na última página dos livros
O mais próximo disso hoje são os serviços das livrarias virtuais como "Clientes que compraram este livro também compraram..."



12 - Álbuns de fotos e projeções de slides
Facebook, Flickr e sites de impressão de fotos como Snapfish são a nova maneira pela qual compartilhamos nossas fotos. No início deste ano, a Kodak anunciou estar descontinuando a produção do seu clássico filme Kodachrome por falta de demanda.



13 - Depender de agentes de viagens para marcar férias
Para embarcar em uma viagem de férias, não precisamos mais passar obrigatoriamente pelo agente de viagens, que tenta insistentemente vender aquele pacote "imperdível". Sites especializados montam a viagem dos sonhos dentro do orçamento possível.



14 - Adolescentes ansiosos pela sua primeira Playboy
A onipresença de pornografia gratuita e pesada na internet acabou com um dos mais temidos ritos de passagem para os meninos adolescentes: a compra de revistas de pornografia. Porque tremer na fila para comprar a última Playboy se você pode baixar montanhas de obscenidades direto na sua cama?



15 - Relógios de pulso
Ficar mexendo no bolso para pegar seu celular pode não ser tão elegante quanto olhar para um relógio de pulso, mas é mais econômico e prático do que andar por aí com dois equipamentos.


16 - Artistas ainda não descobertos
Colocar suas pinturas ou poemas online é tão fácil, que os artistas desconhecidos não têm mais desculpas.



17 - Escrever cartas
E-mail é mais rápido, barato e conveniente. Receber uma carta escrita à mão de um amigo se tornou um prazer raro, e até nostálgico. Como consequencia, frases de despedida formais como "Com as melhores saudações" foram substituídas por um simples "Valeu".



18 - Matar tempo
Quando foi a última vez que você passou uma hora olhando o mundo pela janela, ou lendo novamente seu livro favorito? A atração da internet sobre a nossa atenção é implacável e, cada vez mais, difícil de resistir.



19 - Assistir televisão acompanhado
A internet permite que parentes e amigos assistam os mesmos programas em diferentes horários e em diferentes lugares, acabando com o significado daquele que foi um dos mais atrativos apelos culturais da classe média, a experiência compartilhada. Programas para assistir televisão juntos, se ainda existem, se limitam a eventos esportivos e reality shows.



20 - O intervalo de almoço
Você deixa o seu computador para almoçar? Ou come um sanduíche enquanto responde e-mails pessoais e confere as últimas promoções de passagens aéreas?

11 de setembro de 2009

EU SEI E VOCÊ SABE (De Alcione)

Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo
levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a saudade não existe
E todo grande amor
Só é grande se for triste
Por isso, meu amor,
Não tenho medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham para você
Assim como o oceano
Só é belo com o luar
Assim como a canção
Só tem razão de se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor
Não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA

"Pelo poder da palavra, ela pode agora navegar nas nuvens, visitar
as estrelas, entrar no corpo de animais, fluir com a seiva das
plantas, investigar a imaginação da matéria, mergulhar no fundo
de rios e de mares, andar por mundos que há muito deixaram de
existir, assentar-se dentro das pirâmides e de catedrais góticas,
ouvir corais gregorianos, ver os homens trabalhando e amando, ler
as canções que escreveram, aprender das loucuras do poder,
passear pelos espaços da literatura, da arte, da filosofia, dos
números, lugares onde seu corpo nunca poderia ir sozinho .. corpo
espelho do universo! Tudo cabe dentro dele!"
(Rubem Alves)


Por Eliene Percilia
Equipe Brasil Escola


As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de lado, isso resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres.

A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo.

Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, pois não as praticamos, através da leitura rotineira tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente. Dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler, talvez nem as teríamos, pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado.

Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.
O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem, é a leitura que proporciona a capacidade de interpretação.
Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica.

9 de setembro de 2009

ECLESIASTES CAP. 3

TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?

Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.

Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.

Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;

E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.

Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.

O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.

Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniqüidade.

Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.

Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.

Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.

Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.

Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?

Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?

TEXTO DE MARIA GUIDA ADAPTADO



Todos nós queremos ser livres e ter nossas decisões e atitudes respeitadas, aprovadas e, se possível, aplaudidas pelos que nos cercam. Todos queremos ser amados e aceitos, até mesmo por aqueles que não estão diretamente relacionados conosco. Queremos ser felizes, e não podemos conceber que essa felicidade não seja resultado daquilo que nos acontece todos os dias. E, se realmente é assim que sentimos e pensamos, temos que admitir que muitas decisões e atitudes daqueles que convivem conosco, nos afetam profundamente, e têm conseqüências imediatas em nossa vida. A simples afirmação de que somos todos um reafirma essa verdade universal, lembrando-nos de nossa integração e interdependência. Quando nos sentimos integrados ao todo, percebemos claramente que ela demanda uma grande responsabilidade e uma profunda compreensão. Responsabilidade em considerar o interesse no todo em todas as nossas escolhas, e compreensão, para respeitar e aceitar as escolhas que as demais partes do todo fazem a cada momento. Tudo isso parece muito lindo, quando as escolhas empreendidas por nossos semelhantes não resultem em frustração de algum desejo nosso, ou a não realização de nenhum de nossos planos. Quando algum de nossos conhecidos, vizinhos, amigos, companheiros de trabalho ou familiares nos nega aquilo que julgamos imprescindível à nossa felicidade, a tese da liberdade irrestrita cai por terra, e o outro, que até então era um ser tão livre e soberano quanto nós, passa a ser responsabilizado pelo nosso sofrimento e desdita. Culpar os outros pela nossa infelicidade é, em última análise, negar-lhes o bem mais precioso da existência, ou seja, a liberdade. O que nos mostra claramente que a parte de nós que quer ver satisfeitos todos os seus desejos, e aprovadas todas as suas atitudes, é aquela parte que não se tornou adulta, porque continua colocando nas mãos dos outros não apenas a satisfação de suas necessidades, mas a sua própria felicidade. O ser humano verdadeiramente adulto, assume a responsabilidade pela satisfação de suas reais necessidades, buscando-a na interação com os semelhantes, compreendendo que nem sempre elas serão totalmente satisfeitas, e que raramente as atitudes que tomamos para satisfazê-las contarão com a colaboração, aceitação e aplauso de todos. Deixar os outros livres para escolher o que desejam fazer, respeitar suas escolhas, livrar-se da necessidade de vencer a qualquer custo, aceitar perder disputas e habituar o ego a abrir mão de seus desejos, em nome de relações mais justas, são atitudes que despertam nossa verdadeira força e nos torna vencedores. Aceitar que aqueles que amamos não nos amem com a mesma intensidade, ou simplesmente não gostem de nós, compreender que nossos colegas de trabalho podem decidir se empenhar em projetos diferentes dos nossos, entender que nossos filhos podem ter e defender idéias até mesmo opostas às nossas. Respeitar posicionamentos, hábitos e costumes de nossos vizinhos estrangeiros, são exemplos simples de atitudes onde o ego deve ser vencido para que o ser humano e transcendente em nós seja o vencedor. A verdadeira vitória acontece quando nosso ego desiste de vencer. E ela acontece porque quando neutralizamos o ego, entramos em contato com nosso centro de poder e o colocamos á serviço da totalidade. Quando reconhecemos nos outros o direito de ser, seja esse ser favorável a nossos anseios ou não, reconhecemos nosso próprio direito ao prazer e à felicidade. Como conseqüências imediatas desse reconhecimento da liberdade do outro, seremos mais diretos e assertivos em nossas escolhas, mais espontâneos em nossos relacionamentos e mais verdadeiros em nossas atitudes, porque não precisaremos mais comprar aceitação e aprovação de ninguém. Só em contato com nossa própria essência, podemos ser, ao mesmo tempo, fiéis a nós mesmos, e a todos os seres do universo.Porque somos todos um.

8 de setembro de 2009

PIOR DO QUE UMA VOZ QUE CALA, É O SILÊNCIO QUE FALA (desconheço autoria)

Simples, rápido! E quanta força! Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um E-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim. É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!" É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro. É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz. O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem...

7 de setembro de 2009

AIN`T NO SUNSHINE

Regravação da música de Bill Withers, na belíssima voz, para nós desconhecida, da alemã Joss Loner.

NESTE VÍDEO ABAIXO BILL WITHERS NOS IDOS ANOS 70:

TEXTO DE IÇAMI TIBA

Se você abre uma porta, você pode ou não entrar em uma nova sala. Você pode não entrar e ficar observando a vida. Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra, dá um grande passo: nesta sala vive-se ! Mas, também, tem um preço... São inúmeras outras portas que você descobre. Às vezes curte-se mil e uma. O grande segredo é saber quando e qual porta deve ser aberta. A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos. Os erros podem ser transformados em acertos quando com eles se aprende. Não existe a segurança do acerto eterno. A vida é generosa, a cada sala que se vive, descobre-se tantas outras portas. E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas. Ela privilegia quem descobre seus segredos e generosamente oferece afortunadas portas. Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida... Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens!

4 de setembro de 2009

ABSTER-SE















Abstenho-me em julgar algumas ações humanas,
afinal, não vim ao mundo para isto.
Minha missão não é apontar fortes nem fracos,
pois que sou apenas uma ramificação deste
universo, o qual esbanja harmonia e perfeição.
Em qualquer direção que nos propusermos a
olhar... fitemos e vejamos quantas maravilhas
sequer nos são perceptíveis...
Diante estamos de tanta correria!
Os princípios da tolerância e da caridade
massificaram-se em nós. A ambição destituída
do sentido de aperfeiçoamento moral, petrificou
a solidariedade entre os seres.
O mundo exige sacrifícios, bem o sabemos, mas
só os fortes sobrevivem e só os tolos não lutam,
quiçá amam.
O homem é um universo em si maravilhoso e
poucos se apercebem ou assimilam isto.
Apesar das injustiças a que nos submetem os
atuais tiranos, das armadilhas que nos armam
o próprio destino, das inversões de valores
com as quais nos acostumamos, das coações
do homem pelo homem com as quais nos
defrontamos, ainda encontramos nos seres,
em cada passo, o dom divino; o existir nos
comprava, sem maiores explicações o fato
em si.
As asas do autoconhecimento estão em nossos
corações, e estes voarão tão alto e longe enquanto
desejarmos.
Como já disse um poeta: “a felicidade não está onde
a procuramos, mas sim onde a colocamos”, partindo
desse princípio, o homem será livre sempre e jamais
deixará de buscar o remédio para as suas dores.
Em qualquer lugar que estejamos, grades jamais
apreenderão nossa imaginação inventiva, ou
cercearão nossa evolução criadora. E apesar das
misérias geradas pelos totalitarismos e pelas
desmedidas ambições humanas, os nossos corações
serão sempre libertos, imunes às utopias, porém,
sempre abertos às novas perspectivas de vida.

CONFIANÇA

TEXTO DE JORGE PAULO
(http://jorgepaulo.blogs.sapo.pt/)

A vida encarrega-se de nos tornar desconfiados. Mesmo os que não têm propensão para tal estado de espírito (como era o meu caso), com o passar dos anos e com as vicissitudes a que ficam sujeitos (as pequenas ou grandes facadas, os pequenos ou grandes golpes desferidos pelas costas, etc.) acabam por soçobrar àquilo que se torna uma simples evidência: confiar nos outros pode ser perigoso.
Bem sei que não é possível viver sem um mínimo de confiança nas pessoas. Até quando vamos a um café e tomamos uma bebida temos de acreditar que o empregado nos não serve veneno. Mas essa é outra questão. Trata-se daquilo que poderíamos chamar o nível I da confiança; sem este nível, a vida tornar-se-ia insuportável. Vislumbraríamos perigo em tudo e em todos, motivo pelo qual não seríamos capazes de agir. Reduzidos a observadores perigosos (sim, nós seríamos perigosos) do desenrolar da vida, ninguém teria a paciência necessária para nos suportar. Nesta falta de confiança básica se baseia a chamada teoria da conspiração que consiste em acreditar que uma desgraça se vai abater sobre nós, apesar de não haver qualquer indício sério de que tal possa vir a suceder.
Mas a confiança a que me referia é a que corresponde ao nível II. Trata-se de acreditar que as pessoas são justas e honestas, que nada fazem para nos prejudicar, que podemos ser francos e abertos com elas, mesmo que as não conheçamos bem, que não devemos negar-lhes ajuda quando para tal nos solicitam, etc. É certo que ainda penso ser possível atuar com base neste nível de confiança. Mas já não creio que o universo de pessoas em quem podemos confiar seja tão alargado como acreditava há poucos anos atrás. A vida encarregou-se de me roubar aquela candura que vê luz mesmo no meio da escuridão. E quando não aprendemos através de coisa miúda, acabamos por aprender à custa de uma carga bem pesada!
Apesar de tudo isto, vale a pena abandonar-nos aos outros de forma confiada; a questão está em saber escolhê-los. Antes, bastava que fossem pessoas ― isso para mim era já o bastante ―, hoje é preciso que me provem que o são inteiramente.