UMA REFLEXÃO SOBRE AUTONOMIA
Reflito diariamente nesta força social que envolve as pessoas e as empurram para caminhos um tanto questionáveis, onde não se sublimam frustrações e carecem de originalidade.
Não estou aqui para julgar a miséria humana, pois que tento de alguma forma achar um entendimento para certas ações. Mas, como elemento integrante do mundo, não posso colocar-me fora dele. Portanto, sou uma observadora das atitudes humanas.
Certo dia, ouvi sobre a origem da expressão “Maria-vai-com-as outras, e por trás deste termo existe uma história real mesmo que acabou por força popular a tomar corpo muito mais complexo dentro da psiquê humana.
E aproveitando as várias leituras que fiz tentei montar uma reflexão sobre este tema inquietante, até mesmo surreal, eis um apanhado sobre o tema:
“Quando você chama alguém de “maria-vai-com-as-outras” está dizendo que a pessoa não tem opinião própria e, por isso, segue a vontade de outros. Mas, afinal de contas, quem foi essa primeira sonsa? De acordo com o pesquisador Brasil Gerson, autor de História das Ruas do Rio, a expressão tem origem no início do século 19, com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro. A mãe do rei João VI, a rainha Maria I, costumava passear às margens do rio Carioca, no antigo bairro de Águas Férreas. Acontece que Maria I era conhecida por sua maluquice (manifestada após a morte do filho e da Revolução Francesa), tanto que era tratada como “A Louca”. Como ela ia passear levada pelas mãos de suas damas de companhia, o povo dizia: “Maria vai com as outras”. (Por Ernani Fagundes)
“Mas o povo é observador, e por isso enxerga, avalia e comenta o que acontece com as pessoas, sejam elas nobres ou plebéias. Sendo assim, a cada vez que a rainha passeava pelas ruas da cidade cercada pelas inúmeras acompanhantes, os que a viam diziam simplesmente “lá vai a Maria com as outras” , porque sabiam que a nobre dama circulava pelas redondezas do palácio imperial fazendo somente o que suas damas de companhia permitiam. E assim surgiu a expressão “maria-vai-com-as-outras”, que foi se tornando cada vez mais conhecida até passar a ser empregada para indicar pessoas sem convicção do que fazem, sem vontade própria, ou até mesmo sem coragem para defender suas idéias, suas opiniões e seus posicionamentos. (Por Fernando Kitginzer Dannemann)
...Quem não conhece alguém que só repete aquilo que ouviu os amigos falarem, muda de opinião só para atender às expectativas do grupo ou defende com unhas e dentes posições tomadas pelos colegas ainda que, lá no fundo, discorde delas? Essas pessoas não se comportam assim com más intenções. Elas não querem “roubar” as idéias dos amigos ou concordar com tudo que é dito pelo grupo por não terem opinião própria. No fundo, elas têm muito medo do que pode acontecer se elas não agirem como os outros. Para elas, é muito difícil defender um ponto de vista ou contrariar as pessoas de quem gostam. Em alguns casos, esse medo tem a ver com a possibilidade de perder o afeto dos amigos; em outros, o que está em jogo é a insegurança sobre os próprios valores (“Será que o que eu gosto é bom mesmo ou estou por fora?”). Lutar por aquilo que se acredita requer um aprendizado longo, que começa na infância e nem sempre é fácil para todo mundo. Essa, talvez, seja a principal dificuldade da pessoa chamada de maria-vai-com-as-outras. No entanto, superá-la é muito importante. Fazer conquistas, realizar sonhos e transpor obstáculos requer que a pessoa se sinta segura do que quer e pronta para defender suas crenças e valores. Essa aprendizagem pode começar nas pequenas coisas, como na decisão do que fazer no sábado à noite, mesmo que os amigos discordem do programa sugerido, e deve se estender para outros campos, como a definição do que quer e do que não quer para seu futuro e do que gosta e do que não gosta. Só assim, a pessoa poderá desenvolver seu senso crítico e sua capacidade de fazer escolhas conscientes, aceitando o que considera bom para si e rejeitando o que não lhe convém. Isso se chama autonomia. E, por falar nisso, como anda sua autonomia?
Andréia Schmidt - Site: http://www.portalpositivo.com.br/
Não estou aqui para julgar a miséria humana, pois que tento de alguma forma achar um entendimento para certas ações. Mas, como elemento integrante do mundo, não posso colocar-me fora dele. Portanto, sou uma observadora das atitudes humanas.
Certo dia, ouvi sobre a origem da expressão “Maria-vai-com-as outras, e por trás deste termo existe uma história real mesmo que acabou por força popular a tomar corpo muito mais complexo dentro da psiquê humana.
E aproveitando as várias leituras que fiz tentei montar uma reflexão sobre este tema inquietante, até mesmo surreal, eis um apanhado sobre o tema:
“Quando você chama alguém de “maria-vai-com-as-outras” está dizendo que a pessoa não tem opinião própria e, por isso, segue a vontade de outros. Mas, afinal de contas, quem foi essa primeira sonsa? De acordo com o pesquisador Brasil Gerson, autor de História das Ruas do Rio, a expressão tem origem no início do século 19, com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro. A mãe do rei João VI, a rainha Maria I, costumava passear às margens do rio Carioca, no antigo bairro de Águas Férreas. Acontece que Maria I era conhecida por sua maluquice (manifestada após a morte do filho e da Revolução Francesa), tanto que era tratada como “A Louca”. Como ela ia passear levada pelas mãos de suas damas de companhia, o povo dizia: “Maria vai com as outras”. (Por Ernani Fagundes)
“Mas o povo é observador, e por isso enxerga, avalia e comenta o que acontece com as pessoas, sejam elas nobres ou plebéias. Sendo assim, a cada vez que a rainha passeava pelas ruas da cidade cercada pelas inúmeras acompanhantes, os que a viam diziam simplesmente “lá vai a Maria com as outras” , porque sabiam que a nobre dama circulava pelas redondezas do palácio imperial fazendo somente o que suas damas de companhia permitiam. E assim surgiu a expressão “maria-vai-com-as-outras”, que foi se tornando cada vez mais conhecida até passar a ser empregada para indicar pessoas sem convicção do que fazem, sem vontade própria, ou até mesmo sem coragem para defender suas idéias, suas opiniões e seus posicionamentos. (Por Fernando Kitginzer Dannemann)
...Quem não conhece alguém que só repete aquilo que ouviu os amigos falarem, muda de opinião só para atender às expectativas do grupo ou defende com unhas e dentes posições tomadas pelos colegas ainda que, lá no fundo, discorde delas? Essas pessoas não se comportam assim com más intenções. Elas não querem “roubar” as idéias dos amigos ou concordar com tudo que é dito pelo grupo por não terem opinião própria. No fundo, elas têm muito medo do que pode acontecer se elas não agirem como os outros. Para elas, é muito difícil defender um ponto de vista ou contrariar as pessoas de quem gostam. Em alguns casos, esse medo tem a ver com a possibilidade de perder o afeto dos amigos; em outros, o que está em jogo é a insegurança sobre os próprios valores (“Será que o que eu gosto é bom mesmo ou estou por fora?”). Lutar por aquilo que se acredita requer um aprendizado longo, que começa na infância e nem sempre é fácil para todo mundo. Essa, talvez, seja a principal dificuldade da pessoa chamada de maria-vai-com-as-outras. No entanto, superá-la é muito importante. Fazer conquistas, realizar sonhos e transpor obstáculos requer que a pessoa se sinta segura do que quer e pronta para defender suas crenças e valores. Essa aprendizagem pode começar nas pequenas coisas, como na decisão do que fazer no sábado à noite, mesmo que os amigos discordem do programa sugerido, e deve se estender para outros campos, como a definição do que quer e do que não quer para seu futuro e do que gosta e do que não gosta. Só assim, a pessoa poderá desenvolver seu senso crítico e sua capacidade de fazer escolhas conscientes, aceitando o que considera bom para si e rejeitando o que não lhe convém. Isso se chama autonomia. E, por falar nisso, como anda sua autonomia?
Andréia Schmidt - Site: http://www.portalpositivo.com.br/
3 comentários:
Oi Claudia
A minha autonomia está em plena atividade, apesar de eu ser Maria também, rsrsrs
Não sabia da origem do maria-vai-com-as-outras.
Ótimo texto, parabéns.
gratidão
Alzira
Olá amiga...ótimo texto... interessante a origem do termo... não sabia que tinha se originado por aí... pobre Maria, a rainha...e pobre cada um de nós quando agimos desta forma... muitas pessoas têm uma autoestima muito baixa, um grau de insegurança imenso e por medo, agem assim. Como disse Andreia é preciso dar pequenos passos que seja, para começar a mudar a visão das coisas e ter coragem de ser mais si mesmo. Grande desafio e constante caminhada para todos nós... todos os dias.
Beijos querida...
Querida amiga Cacau!!!
Um belo e interessante texto. Adorei! Meus parabéns!!!!
Beijos poéticos e de luz!!!
POETA CIGANO - 04/03/2010.
carlosrimolo.blogspot.com
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