Entre a meio aberta janela eu puxo o vento
forte para mais perto.
Quero aspirar o vital fluido de minhas horas
antes mortas, silenciosas...
Ouço a bela música que entoa este meu
coração encantado porque a canção
composta pelas cordas da alma tem sons
indelevelmente inenarráveis!
Nesta roda de cores que fez nascer em
mim o teu arco-íris, eu ensaio tua ritmada
dança... assim, atrevo-me a conhecer a
esfinge que me enreda em teu enigma de
propostas e de sabores.
Pelas vias em que sigo veloz para o futuro,
eu procuro suas mãos, eu perscruto seus
olhos que palmo a palmo avaliam os riscos
deste bailado envolvente e bonançoso,
medem em palavras os desejos quem sabe
agora pressurosos... As minhas letras soltas,
presunçosas, um tanto ao quanto generosas,
colocam-te no centro desta minha ciranda
das rosas vermelhas e das amarelas flores...
onde os cravos brancos também cheiram...
Minha poesia feito girassol imponente,
convida-te a este vislumbre de luzes, ao
sol do ritmo lúdico das batidas viciosas
dos amores!...
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