O calor desceu abafadiço, intrigantemente luminoso...
Mas, há um refrigério nestes dias que me renascem
de um setembro exuberantemente novo, pacífico.
Meus girassóis em pleno jardim de amarelo ouro
coloriram singularmente esta minha primavera
esmaecida pelo desencanto de dias solitários, ah!
Tanta gente acinzentada!
Precipita-se dentro de mim a chuva fina que faz germinar
as mais vívidas flores de pétalas que jamais previ.
Existirá céu para os encantados? Salvação para
os encantadores?
A profusão em que me encontrei em tão poucos
dias calcou-me o espírito de esperança, criou ritmos
cadenciados em minha alma, profícua inquietação
em meu âmago letárgico.
Há uma música que me embala docemente nestas
horas esparsas, há um bailado de dias intermináveis
causando vertigem em minhas lembranças...
Eu fecho os olhos para ouvir esta canção que vem no
vento do futuro, assim, os meus sentidos acuro para
dedilhar as cordas de erudita viola... sonata fascinante
provendo a vida que em mim transborda ao som das
paixões imprevisíveis!
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