PENSAMENTO DO DIA

"A arte, meus amigos, não é um espelho do mundo, é sim, uma ferramenta para consertá-lo." (Vladimir Maiakovski)

REFLEXÃO

"Eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata. (Drummond de Andrade)

12 de junho de 2025

CURA (Cacau Loureiro)

 

A tua estrela segue cintilante...

Pois a luz dos teus olhos abre os

caminhos como fogo abrasador.

Cheguei a tempo de te abraçar...

E o sol em seu esplendor me fez

enxergar todos os seus temporais, 

e eu peguei em tuas mãos para sempre

porque o teu sorriso leal me engrandeceu

a alma, transformou as águas da vida

que hora seguem livres, mas que nos

levam para as promessas do alto.

Eu te fito de frente e te vejo... Deusa

do amor a abençoar os meus dias com

paz, com a naturalidade de ser humana

e que me recobre com suas asas em

pétalas de auroras novas, em caminhos

sinuosos de rios abundantes e fecundos.

Em tua cortesia plena eu descansei o meu

espírito aflito, eu descobri as terras da

amabilidade e da doçura... pois em teus

lábios de mel e coração puro, eu descobri

a minha própria cura.

 

10 de junho de 2025

JARDIM FANTASIA (Cacau Loureiro)

A chuva fina cai como espirais de novas campinas,

vias pacatas que vão purificando a alma e o coração...

As correntes do destino promovem dádivas, pois, a

força da transformação nos prepara para as promessas

místicas, espirituais.

Um gesto de ternura fala a língua dos anjos com lábios

humanos, e nos momentos de caos nos faz voar para

horizontes tranquilos, onde somos apresentados à paz,

onde aprendemos a reconhecer gemas afins, onde

plantamos as sementes fecundas da afeição.

A terra árida dos homens nos chama à desordem, à

perturbação, mas, os reais encontros, nos leva para os

montes onde a relva é viçosa, jardim de encantos; música

doce do universo a adestrar nossas índoles lesadas.

Nas esquinas do mundo, convites à superficialidade, ao

fútil, ao passageiro, mas, eu quero o denso, o basto, o

inteiro e o completo. O morno, o dúbio, o parco, não me

bastam... Eu quero o sol intenso em manhãs douradas!

Contigo, neste caminho de torrentes abastadas, eu quero

desbravar oceanos profundos, mundo novo a fluir em

minhas veias onde fé, esperança e amor haverão de 

correr tal e qual bonançosas águas...

29 de maio de 2025

CAIS (Cacau Loureiro)

 

Ouço as sereias mar além...

As vozes femininas da natureza são belíssimas,

pois há uma ternura intrínseca da fêmea fértil

que nos leva nos enleios de raros ventres... que

geram o fôlego e que foram feitos para sempre,

serem livres.

Como acomodação singular da Mãe Terra para

aqueles que buscam abrigo à luz do fogo dos

amores que jamais se apagam...

Os lemes singram novos caminhos onde o único

destino é o aprendizado nas rotas das despedidas,

tecituras dos lenços brancos do adeus...

Haveremos de olhar para trás, lavado o rosto em

água e sal e enxugado nas lembranças que insistem

em escrever a poesia das despedidas, momentos

que nunca partirão, de fato, do embarcadouro.

Na vista alta ante o mar negro, as estrelas são como

chuva a serpentear o meu corpo nas águas bravias

dos desfeitos laços, bramante o oceano, bramante o

meu desejo!

Contudo, lassos, o meu corpo e a minha mente buscam-te

nas nuvens densas que povoaram o meu passado,

naufrágio e deposição de areia são minhas memórias.

Mas, a aurora vem forte na proa e me obriga a enfrentar

a maré alta da existência...

Quando a baixa mar me mostrou o largo horizonte

percebi que na preamar da vida, somos nós a lua e o sol...

O sol e a lua a prantear no cais!...


28 de maio de 2025

AO TEU LADO (Cacau Loureiro)


Ah! E o sol brilhou em estribilho!

Canções de raios luminosos como o

teu sorriso radiante e tuas palavras

benevolentes!...

As flores, as quais tocaste com o teu

jeito de ser, abriram-se em gratidão...

frutificaram em cadeia na tua natureza

relevante, porquanto, não há solidão para os

que plantam o bem-querer com as próprias

mãos. E o tempo revigora o respeito que te

tenho, e o amor que te dou, pois, nas noites

quando as flores se abrem, eu cultivo a tua

alegria de viver e o teu olhar generoso para

a vida que nos apresenta em toadas de um

tempo novo, onde estamos lado a lado na

firmeza de um sentimento poderoso.

Nesta etapa em que estamos no caminho,

a seara que cultivamos sobrevive ante as

intempéries e ao caos dos dias atuais, mas

o que se planta com perseverança faz brotar

a fé, faz germinar a esperança de que dias

melhores virão... e de que o amor é semente

fecunda, é fermento gerador de edificação a

persistir ante a crueza dos homens deletérios

cimentados em suas naturezas quase mortas.

16 de maio de 2025

TREM AZUL (Cacau Loureiro)

Nesta manhã de lembranças eu abracei o sol...

E ele sussurrou em meus ouvidos raios de

esperança, porque não há solidão para aquele

que sabe amar...

E na trilha dessas claridades que ele espraia

pelo caminho eu semeio o jeito nosso de ser

e fazer feliz, como as rosas que ante os espinhos

trazem maneiras de embelezarem a natureza, pois

que cada um dá o seu melhor para engrandecer a

obra constante da Criação.

Cada dia de pedras é como cimento a fortalecer

caracteres que pretendem fazer dar certo, posto

que o amor real se constrói entre cactos e flores.

Hoje o dia nasceu luminoso, me acolheu como

os teus braços e me beijou como os teus lábios,

e eu vi o teu sorriso na janela como lâmpada de

tantos insights, trajetória e jornada neste universo

de permanente expansão.

E eu embarquei neste trem azul ao encontro

de tua alma rara, da tua existência clara, do

teu esmerado aprendizado.

Abraço-te hoje e fortaleço estes laços honrando

a vida em congregação de espíritos afins...

Agradecendo a oportunidade de afortunada redenção!...

8 de maio de 2025

FLOR DE LARANJEIRA (Cacau Loureiro)

No meu espelho eu vi a tua imagem...

Bela flor de aberto riso, cabeça jogada para

trás num impulso genuíno de brincar de viver.

Hoje, a tua cura vem pelo sorriso, um velho

amigo guardado por tanto tempo no baú

antigo de dores costumeiras, duros tempos de

solidão, tempos estranhos de silêncio e confusão.

Mas, dá-me aqui a tua mão, vem correr sob o sol de

manhãs ensolaradas, balanço do vento na folhagem

a tecer a música das belas afeições.

Terra batida sob os pés, céu claro sobre as cabeças

forjadas em lágrimas, suor e esperança.

Mostra-me a tua alegria matreira em disposição para a

vida porque ainda há tempo para ser feliz, para plantar

árvores e escrever poesias como fruto bom apreciado

à sombra dos coqueirais.

Despeja a tua força motriz no tronco da tangerineira

que não enverga, mas, que a poda revigora e fortalece,

enobrecendo os dias melhores que virão.

Usa o tônus do teu dorso, as curvas do teu corpo para

lançar-se ao momento presente, atrever-se como raiz

forte abrindo espaço na terra e florescer em primavera

como perfumada flor de laranjeira.

7 de maio de 2025

FOLHA SECA (Cacau Loureiro)

Guardo palavras... sonhos mantidos no amanhecer...

O branco alvorecer como tela do mundo traz-me

desenhos acinzentados e a chuva fria rasga os

papeis na mesa, mas, as minhas cartas intactas,

falam de verdades como arautos de um tempo novo,

porque autenticidade mata os superficiais, silencia

os faltos de afetos...

Há um olhar furtivo por entre as frestas da janela,

quando o acolhimento nos espera é para se ir agora... 

se não, seguiremos pelos caminhos do nunca mais.

Escritos em negrito são os gritos que guardei no

esfumaçado tempo, pretérito de lágrimas e saudade.

Mas, há uma serenata que entoa na madrugada um

canto de paz que reconstrói caminhos quebrados.

Na varanda a viola encostada na mureta descansa

sonhos partidos, músicas despojadas em baú de

alardes vãos.

Nos abastados rios de águas fecundas as pontes foram

arrastadas pela enxurrada da vida, também pelas almas

desidratadas, mas, o destino segue sua marcha.

Sob o pálido firmamento uma folha seca viaja pelo vento

morno dos indiferentes... Ah! Mas, eu olho para o céu,

espelho onde reflete minha alma, e eu vejo sim, sim

eu vejo, a esperança rebrilhar na amplidão azul celeste!... 

12 de março de 2025

BUGANVÍLIA (Cacau Loureiro)

Em tuas retinas passam as águas em

abundantes correntezas de março...

Corredeiras naturais dos meandros da alma,

que hoje, nos cultivam belos amanhãs.

Prodígios do tempo e do espaço que sabemos

não existem, pois que a vida nos toma as mãos

em aprendizado, em fluxos de idas e vindas que

nos descerram os véus dos olhos, fluindo em rios

de águas claras as profecias de um Deus Perfeito.

Ventos de primavera trazem-me o teu perfume,

há um toque de pêssego em tua face bela, fruta

doce, preciosa, vazante do gosto dos gostos,

posto que em teus olhos candentes vejo o abrir

e fechar surpresos ante as profundezas do meu

grande mar de amor. Só assim eu seu dizer sobre

a vida, sobre o lauto sopro que se esplende de mim

na áurea mágica que em mim tu principias com teu

fogo abrasador. Há um cheiro de flor a invadir todos

os meus sentidos como incenso a trazer boas energias,

a purificar recônditos transformados, jardim feito pelas

mãos da primavera nova, prima-dona que me trouxe

luzes e cores... Fenômenos da tua natureza em mim 

10 de março de 2025

ESTAR COM VOCÊ... (Cacau Loureiro)


Brisa fresca balouça os florais e os frutos

para despertar a vida que passa como o

vento matreiro que deixa nossos anseios

ariscos, e levanta a poeira do tempo, e

revolve as lembranças tão cinzas...

Há um beijo a se dispersar na ventarola do

mundo, refrigério para as dores, bálsamo

para aqueles que aguçaram os sentidos.

Nos ouvidos das manhãs o estribilho dos

versos na música que se escreve na alma do

dia a dia, e vivifica os espíritos amantes, e

refaz os ânimos cansados. Ah! O tempo

do encontro foi vento forte que mudou

direções, alçou velas, singrou novas águas,

alterou rotas, moveu estações!

Há um sol deslumbrante acendendo

paisagens num verde que me esperançou...

Estar com você... Estar com você...

É vestir minha alma de sonhos, é tornar

os meus passos tenazes, é abrir meus olhos

fechados, é clarear os meus dias sombrios.

Em teu hálito morno, em teu aberto sorriso

percebi que o sopro do mundo me inspira,

que os ventos das ruas me ensinam e que as

virações que mudam os rumos dos mares,

também me conduzem às águas da felicidade!...

7 de março de 2025

ÂMBAR-GRIS (Cacau Loureiro)


Canções de sol fazem ritmo em meu peito,

cinge-me um clarão de melancolia no rosto

com um coração molhado em saudade...

A natureza canta suas cores de ave caída do

céu... pássaro alaranjado dos olhos dourados.

Asas da imaginação eu crio para voar ao teu

infinito de fluídos romanescos em profundo

azulino de ímpares sensações.

Eu vi os cristais do tempo em tuas águas

copiosas e eu encontrei um diamante de

rara beleza em reflexos cristalinos de vida

em plenitude, por isto quero colher as flores

rosáceas por estes caminhos corteses.

Dá-me ainda esse tempo cadenciado de

vozes sussurradas que compõem tuas cifras

belas, exuberantes, melodia harmoniosa em

perfume almiscarado, âmbar-gris em mágicas.

Dança comigo a valsa dos amores esperados

sem pressa, e, no entanto, tecidos em filigranas

caprichosos nas manhãs de dias quentes de findo

outono, em pré-verões de almas luminosas.

Que as tuas águas abundantes criem os cristais do

tempo nas tempestades da vida... e que tua chuva

argentada permeie para sempre os meus caminhos

como joia rara a valorizar toda uma existência!

 

17 de fevereiro de 2025

HUMANO-ALÉM (Cacau Loureiro)


Eu amarro o tempo na palma da minha mão...

Como apagar lembranças se o meu travesseiro

está ébrio do teu suor... e o teu cheiro habita

por todos os ângulos da casa tirando móveis

e móbiles de lugar?!

O sol lá fora chama os homens às distrações,

mas, eu levo este clarão em meus olhos, onde o

teu corpo ameniza-me as fogueiras das vaidades.

Há corredeiras a me lançar em tuas águas

generosas, mergulho profundo daqueles que

buscaram ressurreição em vida e encontraram

a pedra filosofal da eternidade.

Há um céu azulíssimo a rebrilhar em minha

alma senciente, pois que o amor reluz feito

astro rei em hemisfério poético clarividente,

sulcando esses caminhos navegados em gôndolas

arrimadas de ternura para humano-além.

Como flor de baunilha teus aromas se depreendem

do teu ventre compondo raro perfume em tua natureza

copiosa... adentras minha cabeça, minha pele e narinas... 

Odores inarráveis trazendo-me os ventos da boa vida!...