poucas flores que ainda cultivo, e ele espargiu sobre minha cabeça as
estrelas brilhantes de uma noite inesquecível, e eu ouvi as melodias do
universo, em um recital que despertou minha alma para as luminescências
da vida, e eu me vi com as vestes iluminadas por teu sorriso.
Eu fiz esta viagem ainda com os pés no chão, mas, com a cabeça nas nuvens...
e do alto eu vi a movimentação dos planetas, a cor azul da Terra a expandir-se
para além do sistema solar.
Eu senti o sol adentrar, através de minhas mãos, os meus canais vitais...
então, uma comoção tomou conta de todos os meus sentidos... pele e
músculos num frêmito de contentamento emprestaram-me asas...
Elevei-me também em deslumbramento diante da grandiosa paisagem
que se abriu ante meus olhos desacreditados, belezas em amplitude!
Milhares de luzeiros se acenderam naquela escuridão como se um
Interruptor do divino quisesse espraiar tanta luz... eu levitei perante a força
daquela comutação admirável... moviam-se estrelas... revoavam pássaros
cantantes, multicoloridos, eflúvios de paz pairavam sobre seres etéreos,
ouviam-se sorrisos de crianças, som das águas a correr por entre árvores de
frutos saborosos, chuva fina como dossel aliviava ainda os tristes, e o meu
espírito elevou-se de mãos dadas com seres deíficos numa jornada de aprendizado
pacífico... e eu vi as cadentes transpassarem o meu peito, reacendendo o meu
âmago para comportar a pujante luz que agora vem de ti!...
Eu vi, sim, eu vi um anjo ao cair da noite!... E vislumbrei a vida num clarão!...
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