Esta semente que cresce e germina em saudade,
é frágil, mas, perante a luz que promana dos teus
olhares férteis, do teu sorriso de águas nítidas,
faz-me fincar as raízes fortes dos sentimentos
puros, cristalinos, longevos.
As roupas envelhecidas, os jeans desbotados
são mudas esquecidas no sótão das lembranças
nebulosas, mas, o presente me é vestido novo
onde trajo o âmbar dos teus olhos profundos...
Corações arfantes, ventrículos consonantes,
respirados em partes que ora são tuas ora são
minhas preces... balbuciantes vendavais onde se
misturam carne e ossos, dentes e músculos...
espíritos em convergência de misteriosos sinais...
Veleiros são teus lábios molhados fazendo-me
singrar os mares dos desejos, ponte para os amores
reais e benfazejos, lá onde nascem os austrais.
Há um verde singular onde floresce tua relva, há um
colorido ímpar onde admiro tuas rosáceas flores,
bárbaras e belas são as tuas lavras, terras do sem fim
onde me acho e também me perco.
Não sei para onde voo e para onde vou, nos confins
do teu corpo quente há a seiva que me volve para a
terra, mas, esquecer-me em ti é bom alvitre, é correr
de tempo bom em minhas veias, é beberagem aquosa
de cura, cônscio bel-prazer onde tudo me lembra você!
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