Eu quero a tua poesia nua...
Nuez rosa, chá dos deuses...
Essa venusta nudez em que vive a tua alma,
que ora em vez profana as madrugadas e
transforma a feiticeira dama da noite sob a
luz azul da lua...
Eu quero despir em versos o áster que voa por
sobre minha matéria e intumesce meus mamilos,
eriça todos os meus pelos e tece lúbricas rimas,
deixando-me palavras no corpo.
Eu preciso da tua poesia nua...
Essa mesma nueza que incita meus olhos atônitos,
que ora em vez infringe as leis da física e me põe
ponta-cabeça e me deixa os pés na terra e a
cabeça entre nuvens.
Eu desejo a tua poesia nua...
Essa mesma sem adornos e, no entanto, realeza,
que ora em vez entrelaça fios de ouro em filigrana
de estrofes... e como libélula do crepúsculo cria
matizadas asas e me trama este poema nu de gozo.