Guardo palavras... sonhos mantidos no amanhecer...
O branco alvorecer como tela do mundo traz-me
desenhos acinzentados e a chuva fria rasga os
papeis na mesa, mas, as minhas cartas intactas,
falam de verdades como arautos de um tempo novo,
porque autenticidade mata os superficiais, silencia
os faltos de afetos...
Há um olhar furtivo por entre as frestas da janela,
quando o acolhimento nos espera é para se ir agora...
se não, seguiremos pelos caminhos do nunca mais.
Escritos em negrito são os gritos que guardei no
esfumaçado tempo, pretérito de lágrimas e saudade.
Mas, há uma serenata que entoa na madrugada um
canto de paz que reconstrói caminhos quebrados.
Na varanda a viola encostada na mureta descansa
sonhos partidos, músicas despojadas em baú de
alardes vãos.
Nos abastados rios de águas fecundas as pontes foram
arrastadas pela enxurrada da vida, também pelas almas
desidratadas, mas, o destino segue sua marcha.
Sob o pálido firmamento uma folha seca viaja pelo vento
morno dos indiferentes... Ah! Mas, eu olho para o céu,
espelho onde reflete minha alma, e eu vejo sim, sim
eu vejo, a esperança rebrilhar na amplidão azul celeste!...
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