No meu espelho eu vi a tua imagem...
Bela flor de aberto riso, cabeça jogada para
trás num impulso genuíno de brincar de viver.
Hoje, a tua cura vem pelo sorriso, um velho
amigo guardado por tanto tempo no baú
antigo de dores costumeiras, duros tempos de
solidão, tempos estranhos de silêncio e confusão.
Mas, dá-me aqui a tua mão, vem correr sob o sol de
manhãs ensolaradas, balanço do vento na folhagem
a tecer a música das belas afeições.
Terra batida sob os pés, céu claro sobre as cabeças
forjadas em lágrimas, suor e esperança.
Mostra-me a tua alegria matreira em disposição para a
vida porque ainda há tempo para ser feliz, para plantar
árvores e escrever poesias como fruto bom apreciado
à sombra dos coqueirais.
Despeja a tua força motriz no tronco da tangerineira
que não enverga, mas, que a poda revigora e fortalece,
enobrecendo os dias melhores que virão.
Usa o tônus do teu dorso, as curvas do teu corpo para
lançar-se ao momento presente, atrever-se como raiz
forte abrindo espaço na terra e florescer em primavera
como perfumada flor de laranjeira.
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