Meu coração partiu do antiquado como as areias ao
bel prazer das borrascas, assim, como nos desertos,
devemos ficar o ciclo necessário... pois, escaldantes
dias, friorentas noites.
O tempo e o vento avelhantados, mortos, desbotados...
E eu divisei uma brilhante estrela num céu de negrume
intenso e de ferozes tempestades... e assim a luzidia eu
segui, porque facho de luz é a esperança... a de que
merecemos o melhor que há na Terra, porquanto, nos
ligamos ao sagrado com a força da renovação em coragem
para encarar o real que somos ou queremos nos tornar.
Lá onde a brisa dos novos sonhos resolveu refrescar,
eu abri as janelas do seu olhar... e o alísio me lançou as
toadas dos grandes enlaces, das doces melodias que
refazem os espíritos combalidos em nobres amores.
Lanço fitas no ar, faz-se canção em meus ouvidos,
há ritmo em meus pés e rimas em meu coração.
Entre os coloridos das saias rodadas onde te danço em
promessas e nas curvas do teu corpo, eu descortinei tua
alma vasta, honesta, colorida, bela.
Nesta cantiga de roda eu bailo na ciranda da rosa vermelha,
também, nas das flores amarelas onde o teu sorriso é cravo
branco que bem me cheira a bem-me-quer... Vem beija-flor!
dá-me um beijo que eu te entrelaço em meu abraço!...