Havia fadas, havia a aura luzente de promessas
infinitas... e minhas mãos, minhas mãos vazias
e o meu peito tão repleto... e eu agora ando a esmo
nas curvas do teu corpo e em tuas extremidades.
O supremo de minha alma desejando tudo o que
ficou para trás nas montanhas distantes onde
nascemos. Como éramos antes... eu preciso que
sejamos. Eu quero retornar ao meu verdadeiro
lar, segurar entre meus dedos o que se esvai
em teu silêncio, em teus movimentos vazios de
palavras, em teus pensamentos ausentes de nós.
E eu quero a voz e o sentido que dê razão as minhas
lutas e que dê vazão as minhas guerras.
Há um bosque sombrio a atravessar minhas estradas
quando meus versos tentam penetrar tua essência
no vigor violento das minhas temáticas tônicas.
E há os versos lassos nas estrofes que me guiam,
E hás as rimas apáticas no meu poema descompassado.
Estar ao teu lado é lacuna, lapso, clareira, hiato!...
Um comentário:
Hiato. Espera intermediária, corte penetrante na carne, silêncio percorrendo leitos e metros de desmoramento na espera do choque. Retorno na orquestra desafinada, princípios de ilhas, vitimas do contraponto, dissonâncias sem ritmos, corpo opulento na miríade de silêncio. Novamente a pausa do pentagrama tange cordas de silício derramando e vertendo os ecos do precipicío onde ruge o meu lamento.
A leitura do poeta é feita de choques.
Concedo o derrame.
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