As galés da alma humana aprisionaram Deus...
Ah! Os velhos pretos de sabedoria amarrados nos
porões que cortaram os mares de todo mundo
nascidos das mulheres fortes e valentes da terra
mãe da negritude.
Na poeira do tempo viemos nas caravanas...
Acorrentados em corpo e espírito pois que
o divino não poderia nos dar as mãos.
Ah! Limpamos com sangue nossas dores
para que nossos olhos estivessem sempre
abertos para a fé que move montanhas e que
até então não nos arrebentavam os grilhões.
Mas, o tempo é Senhor e Mestre forjados
nas parábolas do Cristo Salvador dando de
beber a água da vida à samaritana porque nos
desertos dos homens endurecidos Deus se fez
espírito e verdade em toda parte do globo para
que houvesse vida em abundância.
Então que todos nós fomos convidados ao banquete,
os mesmo que estavam pelos caminhos e valados
e buscamos conhecer a face de Deus.
As vozes d’África são femininas, as vozes silenciadas
nos subterrâneos da história patriarcal onde
tantas dores foram expostas, onde tantas
lágrimas foram derramadas, onde tantos ventres
foram roubados, onde tantas histórias foram
escondidas.
“...Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p'ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...”
(Entre aspas versos do Poema Vozes D’África de Castro Alves)
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