Há amargura nos dias que avançam...
A poesia estanque resseca consumida pelas
areias do tempo... tempo que não volta,
tempo que não vem.
Sinto música melancólica nos becos onde
Nada distingo... nada escuto... nada ouço...
Esforço-me para aguçar todos os sentidos, os
passos lentos são contraponto na pressa que
recorta o mundo, a vida que passa apressada
ante meus olhos assustadiços.
Lá no caos das estrelas desapontadas eu
busco um lampejo de luz, um feixe que
erga o meu corpo, levante meus sonhos.
Ah... minhas raízes buscam a seara de um
passado saudosista e neste intento elas
retorcem-se, curvam-se doloridas nos
meandros desta terra em que tenho combatido.
Ah!... meu peito e minhas mãos precipitados
não dão sossego ao meu espírito combalido.
Ouço cânticos aflitivos vindo de toda parte
e dentro de mim eles ecoam intentando
despertar-me para outra janela onde eu
encontre face a face o sol das palavras.
Um comentário:
Outras janelas... sim, oitras necessárias janelas!
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