Calarei minhas inquirições, pois ante a
sua inquisição queimarei as cinzas que
nos restam...
Banho as feridas no sal do passado, a dor
faz tremer minhas entranhas porque
a cura depende de simbioses, da
transmudação da água em vinho.
Correm-me suor pelas mãos e meus
olhos não querem mais acreditar no
que vem de ti.
Gélida e oca eu sinto a minha alma,
deverá haver um bálsamo, um apanágio
para a distorção dos seres, para as confusões
do espírito e para o paradoxo dos torpes.
Eu quero como um nômade sedento ter visões
de oásis, de ilhas redentoras, sentir na pele
os ventos refrescantes.
Quadros que pintei... arco-íris, libações poéticas,
a natureza morta da indiferença que me
mancha os sonhos e me escarnece o corpo
doem-me como os sacrifícios que elevei a ti.
Arranquei as vestes, entrego o sagrado que
cultivei na têmpera da coragem em nudez
aos açoites de seus conceitos arraigados
em bases idiossincráticas vazias.
2 comentários:
Uau! Forte!
Adh2bs
Lágrimas no oásis...
Abç
Adh2bs
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