A raça humana tem esperado há séculos
o seu salvador, alguém de carne e osso
que fosse sacrificado por ela.
De fato, acredito no Cristo como personalidade
histórica, um ser singularíssimo, dotado
da mais alta luz dentre os mortais.
Se o que vivemos hoje são as trombetas
dos apóstolos do apocalipse ou dos
cavaleiros andantes das utopias
crucificadas pela cruel realidade, sim,
continuemos, pois, a esperar o enviado.
O Homem nunca se despiu da barbárie
e os governadores da espada e da
balança continuam a lavar suas mãos
em decisões judiciais covardes fazendo
de nós, o povo, os bobos da corte.
Até quando esperaremos pelo cordeiro,
já que os messias da modernidade
derramam seus sangues na tela das Tv’s
e nas páginas dos jornais todos os dias?
Os filhos desta pátria pseudodemocrática
são servis, são gentis quando sorriem
felizes e depositam sua fé nas urnas da
impunidade antropofágica.
A realidade de nosso país é surreal e
trágica!...
Não é preciso que se ressuscite o homem,
seja ele santo, enviado, consagrado...
Posto que este está morto, exposto aos
abutres da falsídia e do peculato.
É preciso trazer à vida a dignidade porque
para a injustiça neste país não há grades.
Ela é a peste que se alastra dia e noite, o
inseto infame que nos pica e que nos mata.