Há uma lenta tarde a macerar as horas,
há um azul que viaja entre as nuvens
espalhando um verde de esperança
de que vou rever teus olhos âmbares...
de que eu irei tocar teu corpo quente.
A vésper morosa se aconchega no meu
peito fazendo-o queixar-se desse entardecer
que arde como febre terçã e que me causa
a tua falta... horas
mortas que se apresenta
ao sol que já vai alto também em meu seio.
Há um meio-dia que me parte ao meio, tira-me
do centro, descentraliza pensamentos, traz-me
sombras que dançam nas cavernas dos meus
sonhos exaustos, tão repletos de ti...
Na rede do tempo balanço as lembranças,
ando a esmo em tuas linhas belas, ilha de
plenos amores, oásis de suores escaldantes,
mar de beijos temperados, tão rara especiaria,
sal da vida!...