A neblina baixa ante meus olhos, espreito um
caminho diferente... contundente, indecifrável.
O que houve em minha jornada? Um lapso?
Um espaço que se abriu entre o antes e o agora
e me faz sofrer, e faz-me questionar todos os
meus conceitos caducos.
Num tempo em que o mundo se transformou no
caos, o meu cosmo interior clama pela revolução!...
Você eu que nos presumimos donos de tantas
verdades não sobrevivemos a realidade maior.
Pés presos as correntes de um espírito envelhecido
para os novos tempos, visão distorcida para a
amplidão de sentimentos... A expansão do ser
cobra o seu preço para os alienados, os cerceados
de coragem, tantos doentes de juízos vãos.
Entorpecidos estamos nos parênteses que é a cama
mortal dos desvairados, dos cheios de si mesmos.
Perdemos a chave da confiança, naturalizamos as
escolhas aéticas, reféns estamos na mesquinhez
humanoide que deteriora o espírito criador, a
liberdade divina, a ascensão da alma.
A guerra real das reles criaturas na face da Terra não
é mais mortal que o aniquilamento do espírito humano
em si mesmo.
Fechamo-nos para a árvore da vida que nos fez poetas
da eternidade, as máscaras de ferro hoje encerram
nossos sonhos em elos rompidos e corrompidos...
Decrépitos e arqueados para a visão do outro como
nós mesmos, pois, esquecidos de nossas raízes, somos
hoje avatares da escuridão!