Eu acredito ainda ouvir a tua música!...
Empenho-me numa forma de reencontrar nossas
origens.
Por que há um pesar nesta aproximação com nossas
raízes?
Nos subúrbios de minhas vontades, há os
labirintos que temo,
há os subterrâneos que encaro.
E eu te olho através do espelho... há o
expirar do tempo, há o
correr das horas, há o padecer das vontades...
Tento resguardar nossas memórias no ápice de
momentos
que não vem, já não mais se repetem.
Eu quero os segundos que nos preservariam
pela eternidade...
Espreito-te surpresa nesta jornada... porque
ainda ocupas
meu universo ora sombrio?
Preparo com jasmim as águas do meu corpo. As
flores ao teus
pés cultivadas com esmero desfalecem no
desencontro
de nossas mãos, ante o distanciamento de
nossos corpos.
Tento curar o meu espírito nos desejos que me
consomem,
devaneios, loucura violentos apossam-me a
verve...
convulsionam-me os pensamentos...
Erijo fortalezas, profiro preces, contudo
elas não refazem
nossos antigos sons.
As tuas cifras ainda regem o meu peito, mas a
tua música
dissonante impulsionam-me a alma à libertação!